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Novo logotipo da Pepsi gera polêmica no Líbano

A empresa recentemente lançou um logotipo com cores e formato semelhante à bandeira de Israel, o que influenciou a convocação nas redes sociais libanesas para um boicote contra os produtos da multinacional.
Novo logotipo da Pepsi gera polêmica no LíbanoX/ @Mahmoud92544327

A PepsiCo está no centro de uma controvérsia no Líbano após distribuir em suas garrafas um logotipo que lembra a bandeira israelense. Em meio à escalada das tensões entre Tel Aviv e o movimento militar libanês Hezbollah, os pedidos de boicote à multinacional em solidariedade ao povo palestino se multiplicaram nas redes sociais libanesas.

De acordo com relatos da mídia local divulgados recentemente, a empresa local de engarrafamento Modern Lebanese Company for Commerce (LMCT) lançou há alguns meses uma tampa azul e branca para suas garrafas de vidro, com duas listras ao redor do nome, sem a cor vermelha característica, um ano depois que a empresa matriz a lançou nos EUA.

Em meio a polêmica gerada, o advogado Ziad Jaafil apresentou uma queixa à Promotoria Pública de Beirute na semana passada, solicitando que a LMCT retirasse o logotipo do mercado devido à sua semelhança de cor e design com a bandeira israelense.

Nesse contexto, o boicote contra a multinacional norte-americana se intensificou recentemente. Em várias partes do Líbano, os moradores tentaram impedir a entrada de caminhões da Pepsi em suas localidades. No sul do país, vários consumidores esvaziaram garrafas e as jogaram no mar. Outros até ameaçaram vandalizar os caminhões se eles continuassem a entrar em seus bairros.

"Estamos proibindo os veículos de distribuição da Pepsi de entrar em nossas regiões em solidariedade ao nosso povo na Palestina, na Cisjordânia e em Gaza, e em resposta à publicidade e ao apoio financeiro da Pepsi ao inimigo israelense", diz um dos apelos publicados nas mídias sociais.

Por sua vez, a empresa de engarrafamento LMCT afirmou que as acusações contra ela de apoiar o país judeu eram "infundadas". "Recentemente, alguns nos acusaram de apoiar moral e materialmente o inimigo israelense por causa das cores do nosso logotipo ou por meio de vídeos fabricados", informou a empresa, lembrando que suas fábricas e lojas no sul do Líbano foram atacadas por Israel em 2006 e 2016.