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"O país ficou paralisado": a chanceler do Equador descreve em Davos a crise atual do país

Gabriela Sommerfeld ficou satisfeita com o apoio que o Equador recebeu da comunidade internacional durante sua crise de segurança pública.
"O país ficou paralisado": a chanceler do Equador descreve em Davos a crise atual do paísX / CancilleriaEc

Durante seu discurso no Fórum de Davos na quarta-feira, a chanceler do Equador, Gabriela Sommerfeld, descreveu os problemas de segurança pública relacionados à crise da criminalidade em seu país.

Sommerfeld começou descrevendo a falta de oportunidades vivida por grande parte da população equatoriana, com apenas 7 em cada 10 pessoas em pleno emprego e nenhuma oportunidade de trabalho para os jovens. Ela também mencionou os problemas de migração enfrentados pelo Equador.

Nesse contexto socioeconômico, a ministra das Relações Exteriores disse que o nível de criminalidade aumentou "tremendamente" em relação a todos os atores da sociedade, tanto públicos quanto privados, e "enfraqueceu consideravelmente todas as instituições relacionadas à segurança e ao sistema judiciário".

Sommerfeld destacou que 40.000 empresas fecharam em 2022 e apontou, além de outros problemas, as chamadas 'vacinas', pagamentos exigidos pelo crime organizado que os pequenos empresários tiveram que pagar para permanecer no negócio.

"O primeiro gerador de empregos são as pequenas empresas. Se estamos afetando a base produtiva, o que podemos esperar: obviamente, mais e mais pessoas se juntarão a esse crime organizado", concluiu o ministro das Relações Exteriores, que indicou que essa insegurança também afeta a população civil, razão pela qual "o país está parado devido ao medo e à falta de oportunidades".

O Estado assume o controle

Nesse contexto, o Ministro das Relações Exteriores descreveu como o Governo, juntamente com o Ministério Público, lançou uma operação em dezembro passado para capturar supostos criminosos, o que levou a "muitos movimentos profundos e violentos".

Isso levou ao dia 8 de janeiro, quando o presidente Daniel Noboa emitiu o primeiro decreto estabelecendo um estado de emergência no país. "Depois, em 9 de janeiro, foi emitido um segundo decreto, no qual, como resultado das ações do dia anterior, incluindo a tomada de canais de televisão e outros atos violentos, as coisas são chamadas pelo seu nome: temos um conflito armado não internacional, temos 22 grupos terroristas já identificados no interior do Equador", disse Sommerfeld.

Nesse ponto, Sommerfeld saudou o grande apoio internacional recebido quando "o Equador lança um chamado SOS". "Esses são problemas que, embora estejam enraizados em um país pequeno, não pertencem apenas ao Equador, porque o crime organizado é alimentado pelo tráfico de drogas e pela mineração ilegal", enfatizou.