Notícias

A comunidade internacional saúda a libertação de Julian Assange

O fundador do WikiLeaks passou um total de 1.901 dias na prisão de segurança máxima de Belmash, em Londres.
A comunidade internacional saúda a libertação de Julian AssangeAP / Matt Dunham

A libertação de Julian Assange em 24 de junho provocou uma reação imediata de toda a comunidade internacional. Vários chefes de estado latino-americanos comemoraram a libertação do fundador do WikiLeaks, que passou mais de cinco anos detido.

"Pelo menos nesse caso, a Estátua da Liberdade não é um símbolo vazio; ela está viva e feliz como milhões de pessoas em todo o mundo", escreveu o presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador em sua conta no X. A presidente eleita do país, Claudia Sheinbaum, também expressou sua alegria e lembrou com uma fotografia que, em 14 de setembro de 2022, como chefe de governo da capital, entregou a Julian Assange as chaves da cidade por meio de sua família.

O presidente colombiano Gustavo Petro também aproveitou a rede social para estender suas felicitações a Assange e descreveu a tortura a que ele foi submetido e sua "prisão eterna" como "um ataque à liberdade de imprensa em escala global". Ao mesmo tempo, ele convidou o jornalista e sua esposa Stella a visitar o país e fazer "um ato pela verdadeira liberdade".

O presidente cubano Miguel Díaz-Canel disse que a "longa e cruel punição" sofrida pelo australiano por denunciar os crimes de Washington "permanecerá na memória do povo como prova de quão pouco seus carcereiros acreditam na liberdade de imprensa".

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou que o fundador do WikiLeaks é um exemplo de "coragem e bravura na batalha pela verdade" e que sua libertação é um triunfo em favor da luta da humanidade pelo respeito aos direitos humanos. Enquanto isso, o vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), Jorge Arreaza, considerou a notícia extraordinária, enfatizando que Assange "nunca deveria ter sido perseguido, muito menos preso".

Sacha Llorenti, ex-presidente do Conselho de Segurança da ONU, chamou a liberdade do ativista de "vitória do jornalismo" e uma prova de que "a luta traz resultados". "Hoje o mundo é um pouco mais justo", acrescentou.

"Um homem bom, finalmente livre. A maré está mudando", escreveu o jornalista norte-americano Tucker Carlson em sua conta no X.

Enquanto isso, o empresário e ex-candidato à presidência dos EUA Vivek Ramaswamy acha que hoje "parece uma manobra desesperada de Biden para obter votos libertários" e disse que era "vergonhoso" que Assange tivesse que passar anos "apodrecendo em uma prisão estrangeira".

Por sua vez, a congressista republicana da Geórgia, Marjorie Taylor Greene, também reagiu à libertação de Assange. "Notícias inacreditáveis. Julian Assange será libertado depois de ter sido detido por anos pelo crime de jornalismo. Louvado seja Deus por libertar Julian", escreveu Greene em um comentário no X. "Estou muito feliz por ele estar livre!

O presidente da Bolívia, Luis Arce, comemorou a notícia da libertação do fundador do WikiLeaks em uma publicação em sua conta no X. "Do Estado Plurinacional da Bolívia, comemoramos a libertação de Julian Assange, depois de uma perseguição feroz e inaceitável, da violação de seu asilo e da prisão", disse Arce.

O mandatário enfatizou que seu "crime foi revelar os crimes de guerra e os crimes contra a humanidade perpetrados pelo imperialismo". "Esse evento nos lembra que a luta revolucionária é fundamental para alcançar a liberdade e a justiça social", concluiu.

O candidato independente à presidência dos EUA, Robert Kennedy Jr., chamou o jornalista de "herói de uma geração". "Julian Assange chegou a um acordo e será libertado! Estou muito feliz", comentou.

"A má notícia é que ele teve que se declarar culpado de conspiração para obter e divulgar informações de defesa nacional". Segundo ele, isso significa que "o estado de segurança dos EUA conseguiu criminalizar o jornalismo" e "desferiu um duro golpe na liberdade de imprensa".

  • Assange deixou a prisão de segurança máxima de Belmarsh na manhã de segunda-feira, depois de passar um total de 1.901 dias lá. O Tribunal Superior de Londres liberou o jornalista sob fiança e, em seguida, ele deixou o Reino Unido.
  • Assange foi detido na prisão de Belmarsh, em Londres, em 2019, depois que o então presidente do Equador, Lenín Moreno, permitiu sua prisão na Embaixada do Equador em Londres, onde o jornalista australiano estava detido em status de asilo há sete anos, desde junho de 2012.
  • Em junho de 2022, o Reino Unido aprovou a extradição de Assange para os EUA e, em maio, a Suprema Corte britânica decidiu que Assange tinha o direito de recorrer de sua extradição para os EUA.