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Família mais rica do Reino Unido é condenada à prisão por explorar seus empregados

Os passaportes dos empregados foram retirados, eles não podiam sair de casa sem permissão, e eram forçados a trabalhar jornadas extremamente longas por salários muito baixos.
Família mais rica do Reino Unido é condenada à prisão por explorar seus empregadosGettyimages.ru / Aaron Chown / PA

Um tribunal criminal suíço condenou quatro membros da família mais rica do Reino Unido por explorar seus empregados domésticos e oferecer emprego não autorizado, informou recentemente o The Telegraph.

Prakash Hinduja, 78 anos, e sua esposa Kamal foram condenados a penas que variam de quatro a quatro anos e meio de prisão cada um, enquanto seu filho Ajay e sua nora Namrata foram condenados a quatro anos cada um. Um quinto acusado, o gerente de negócios da família, Najib Ziazi, recebeu uma sentença suspensa de 18 meses.

Além das penas de prisão, a família deve pagar 850.000 francos suíços (cerca de 951.270 mil de dólares) de indenização e 270.000 francos suíços (302.127 mil de dólares) de custas judiciais. As autoridades suíças já haviam confiscado joias de alto valor, incluindo diamantes, rubis e um colar de platina, dos Hindujas para serem usadas em possíveis despesas.

Nenhum dos réus estava presente no tribunal, justificando sua ausência com os problemas de saúde de Kamal Hinduja. Seu advogado, Romain Jordan, alegou que a mulher está gravemente doente e que seus parentes precisavam estar ao lado de sua cama.

"Um clima de medo"

Durante o julgamento, os promotores revelaram que as pessoas que trabalhavam na vila suíça dos Hinduja - em sua maioria indianos analfabetos - tinham seus passaportes confiscados, eram pagas em rúpias e não podiam sair de casa sem autorização. Os funcionários também eram forçados a trabalhar durante horas extremamente longas por salários muito baixos.

Alguns deles recebiam menos de 10% do valor estipulado pela lei suíça e os trabalhadores tinham pouca ou nenhuma folga. Uma mulher teria recebido apenas sete francos suíços (cerca de 7,8 dólares) por trabalhar até 18 horas por dia, sete dias por semana.

Além disso, os membros da equipe teriam dormido no porão da vila, às vezes em um colchão no chão. As autoridades também ficaram impressionadas com o fato de que seus empregadores gastavam mais dinheiro por ano com o cachorro do que com eles.

"Eles [os trabalhadores] foram explorados porque sua situação na Índia era muito precária e foram explorados porque não conheciam o idioma, seus passaportes foram confiscados e eles só recebiam pagamentos a cada três ou seis meses", disse a juíza Sabina Mascotto, enquanto os promotores acusaram os Hindujas de criar "um clima de medo".

Acusações "excessivas"

Por sua vez, o advogado dos Hinduja chamou essas alegações de "excessivas" e acusou a promotoria de "parcialidade inaceitável". Nenhuma outra família teria sido tratada dessa forma", afirmou, observando que seus clientes "foram absolvidos de todas as acusações de tráfico humano".

De acordo com o advogado, a decisão do tribunal sobre as acusações restantes será objeto de recurso. "Ao contrário de alguns relatos da mídia, não há detenção efetiva para nenhum membro da família", disse. "Também deve ser lembrado que os reclamantes nesse caso retiraram suas respectivas queixas depois de declarar no tribunal que nunca tiveram a intenção de participar desses procedimentos", ressaltou Jordan.