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"Até agora tudo bem": diretora do FMI apoia as medidas de ajuste de Milei na Argentina

Antes de sua reunião com o mandatário em Davos, Kristalina Georgieva declarou que o Governo argentino está implementando "reformas muito ousadas" para resolver "algumas das deficiências que todos nós vemos".
"Até agora tudo bem": diretora do FMI apoia as medidas de ajuste de Milei na ArgentinaAP / Jose Luis Magana

A diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, disse na segunda-feira que "até agora tudo bem" na Argentina com as medidas de ajuste implementadas pelo Governo do presidente Javier Milei.

Quando questionada pela agência de notícias norte-americana Bloomberg, a chefe do organismo multilateral, que se reunirá com o presidente argentino nesta quarta-feira no âmbito do Fórum de Davos (Suíça), disse que a administração de Milei está enfrentando "de forma muito agressiva algumas das deficiências que todos nós vemos".

Georgieva traçou o panorama econômico da Argentina para detalhar os problemas enfrentados pelo país sul-americano, que o líder libertário está enfrentando com "reformas muito ousadas".

"Fiscal: fora de controle; gastos excessivos. Reservas: esgotadas. Estamos vendo progresso em todas essas frentes", disse ela.

No entanto, Georgieva disse que o Fundo Monetário Internacional está "profundamente preocupado" que a Argentina proteja seus cidadãos mais vulneráveis enquanto as medidas de choque econômico e as desregulamentações estão sendo implementadas pela Casa Rosada.

Negociações em andamento

Em sua primeira viagem internacional desde que assumiu o cargo, Milei viajou para a cidade suíça de Davos na segunda-feira para participar da reunião anual do Fórum Econômico Mundial. Em sua agenda está uma reunião com o diretor geral do FMI após o acordo para desembolsar 4,7 bilhões de dólares, parte dos quais será usada para pagar os próximos vencimentos.

Essa viagem e sua reunião com Georgieva ocorrem depois que, na semana passada, o governo anunciou um entendimento com a organização multilateral para "renegociar" o acordo em vigor para a dívida de 44 bilhões de dólares - a maior da história da organização - contraída em 2018 pelo ex-presidente Mauricio Macri.

Anteriormente, a equipe do FMI realizou reuniões com o Ministro da Economia, Luis Caputo, e o Chefe de Gabinete, Nicolás Posse, em Buenos Aires. Após as reuniões, chegou-se a um entendimento sobre a sétima revisão do acordo do Mecanismo de Financiamento Ampliado do FMI.