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Usina construída pela China no Zimbábue alcança marco crucial ao produzir ferro-gusa

"É bom saber que nosso minério de ferro será totalmente explorado e terá valor agregado localmente", declarou o presidente do país africano.
Usina construída pela China no Zimbábue alcança marco crucial ao produzir ferro-gusaShaun Jusa/Xinhua

Recentemente, uma usina de ferro e aço de R$8,16 bi construída pela China no Zimbábue começou a produzir o ferro-gusa.

"É bom saber que nosso minério de ferro será totalmente explorado e terá valor agregado localmente", declarou Emmerson Mnangagwa, presidente do Zimbábue, em uma visita anterior às instalações. "Nós comprávamos ferro da África do Sul e do Quênia e agora exportaremos para eles", acrescentou.

"Hoje é um marco monumental, pois nossa máquina de ferro fundido está produzindo seu primeiro lote de ferro-gusa!", lê-se em uma publicação da Dinson Iron and Steel Company (Disco), subsidiária do Zimbábue da gigante chinesa do aço Tsingshan Holding Group.

A produção de ferro-gusa - um intermediário no processo de fundição do minério - representa um passo crucial na cadeia produtiva da indústria siderúrgica. Isso porque tal capacidade abre portas para a independência tecnológica, redução de custos de importação e fortalecimento da economia local.

Segundo informações do jornal SCMP, a partir de julho, a empresa também pretende começar a fabricar tarugos de aço, que são uma forma ainda mais avançada e refinada do produto metálico. Acrescenta-se ainda que eventualmente, também serão fabricados uma ampla gama de produtos, como tubos laminados, cercas, eixos, fios e barras.

Parceria ganha-ganha

Tradicionalmente, a China estabelece relações comerciais com países africanos através das chamadas "parcerias ganha-ganha". Atendendo às demandas das lideranças locais, Pequim tende a desenvolver a atividade industrial dos países com quem negocia, ao invés de simplesmente comprar os produtos de maneira bruta.

A dinâmica "não só atende às necessidades do desenvolvimento econômico nacional [chinês], mas também promove fortemente o renascimento da indústria" congolesa, escreve a chancelaria de Pequim ao referir-se às obras realizadas na República Democrática do Congo, que passou por uma experiência similar.

Um estudo da ONU Comércio e Desenvolvimento mostra que no caso congolês, o país tornou-se capaz de processar o cobalto internamente, aumentando os seus ganhos de U$5,6 para U$16,2 por quilo.