A cada dia, dois brasileiros amputaram o pênis devido ao câncer peniano

Entre 2012 e 2022, o Brasil registrou 21 mil casos de câncer peniano, que resultaram em mais de 4 mil mortes. Já na última década, foram realizadas 6500 amputações, totalizando uma média de duas a cada dia. As informações foram publicadas na sexta-feira pela imprensa britânica, citando dados do Ministério da Saúde. 

"É um tipo de câncer sobre o qual não se pode falar com as pessoas, porque pode virar piada", declarou o aposentado João, ouvido pelo canal BBC. Ele contou aos jornalistas da emissora que busca tratamento para o problema desde 2018, mas que seu diagnóstico só foi confirmado em 2023. 

João decidiu buscar atendimento médico quando uma verruga peniana começou a atrapalhar sua vida sexual. "Comecei a visitar clínicas para descobrir o que era, mas todos os médicos me disseram que era devido ao excesso de pele e me receitaram remédios", relembra.

Importância da detecção precoce 

Fontes médicas ouvidas pela imprensa britânica explicam que quando o câncer peniano é detectado precocemente, existe uma chance alta de recuperação, seja através da quimioterapia, radioterapia ou da remoção da lesão. A amputação, que pode ser total ou parcial e incluir ou não os testículos, torna-se necessária em estágios mais avançados.

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"Os homens não procuram o médico no início do quadro", declarou um urologista consultado sobre o tema à imprensa brasileira. "É muito comum o câncer de pênis chegar em estágio avançado, pois têm vergonha, não mostram para ninguém. Chegam com infecção secundária, mau odor. Eles acham que vão melhorar e ficam dois, três, quatro meses sem buscar atendimento", acrescenta.

"Eu tinha pavor de cirurgia, mas não havia outra alternativa. O sentimento nas primeiras semanas foi de tristeza, não posso negar. Não ter parte do pênis é horrível", declarou João sobre o procedimento.