O novo plano da Administração Espacial Nacional da China (CNSA), divulgado nesta sexta-feira pela imprensa chinesa, trás consigo uma mudança expressiva. Isso porque os EUA são descritos como "competidores" pela primeira vez - representando um distanciamento da política espacial discreta de Pequim.
"É previsível que, nos próximos 20 a 30 anos, a Estação Internacional de Pesquisa Lunar da China e o programa Artemis dos EUA competirão em termos de tecnologia e eficiência operacional no mesmo estágio histórico e na mesma localização geográfica (o polo sul da Lua)", lê-se no documento.
As informações são importantes sobretudo se consideradas as declarações de Pei Zhaoyu, diretor adjunto do Centro de Exploração Lunar e Engenharia Espacial da agência espacial chinesa. Segundo ele, "a utilização dos recursos lunares se tornará o foco da competição".
A lua é rica em recursos importantes como o titânio e o ferro, que são utilizados na fabricação de espaçonaves. O corpo celeste também possui numerosas moléculas de água - algo descoberto pela China, tendo passado desapercebido pelas missões Apollo.
O documento revela que a partir de 2035, a China promete realizar "construções em larga escala em solo lunar". Através delas, planejam-se atividades como a "produção de oxigênio e água", a "extração e coleta de recursos minerais", a produção de "metais de componentes" e a "criação de edifícios".