Chile irá usar IA para procurar pessoas desaparecidas da ditadura

O presidente do Chile, Gabriel Boric, anunciou nesta segunda-feira que o Estado usará inteligência artificial (IA) para cruzar informações para encontrar o paradeiro de mais de 1.000 pessoas que desapareceram durante a ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).

"No âmbito dos direitos humanos, a IA desempenhará um papel importante no Plano Nacional de Busca de nossos detidos desaparecidos", disse o presidente na abertura do evento científico 'Congreso Futuro'.

Além disso, o mandatário destacou que a IA "pode ter aplicações na indústria, no transporte e na educação". "Tomando as devidas precauções, a IA será uma grande ferramenta para o Chile e a América Latina em termos de respeito ao meio ambiente", acrescentou.

Em agosto de 2023, o Governo apresentou um programa, com o qual o Estado chileno assumiu pela primeira vez o esforço de buscar os detentos que desapareceram durante a ditadura, que deixou mais de 3.200 vítimas, incluindo detidos mortos e desaparecidos.

Boric considerou a IA como uma ferramenta "intrinsecamente carregada de valores", não apenas em seu uso, mas também em seu desenho, e, portanto, considerou vital "acompanhar seu desenvolvimento com uma profunda reflexão ética e também com regulamentação normativa".