"Ucranização" da Geórgia não vai acontecer, diz primeiro-ministro do país
Nesta sexta-feira, Ikakli Kobakhudke, primeiro-ministro da Geórgia, declarou que vai fazer de tudo para resistir à pressão de forças políticas que buscam "ucranizar" seu país.
"Quero garantir aos representantes do Movimento Nacional Unido que o cenário ucraniano não se desenvolverá na Geórgia e que a ucranização da Geórgia não ocorrerá em nenhuma circunstância. Faremos tudo para evitar isso", disse ele, citado pela imprensa local.
Os comentários de Kobakhudke são direcionados ao Movimento de União Nacional, ligado ao ex-presidente Mikhail Saakashvili, que tem promovido reações populares contra uma lei exigindo que ONGs e veículos de imprensa estrangeiros declarem suas fontes de financiamento.
De acordo com o primeiro-ministro, as manifestações incitadas remetem aos protestos de massa que culminaram a derrubada do Governo em ucraniano em 2014.
- Em 2014, Viktor Yanukovych, o então presidente ucraniano, havia concordado em realizar eleições antecipadas, diante dos protestos apoiados pelo Ocidente. Mesmo assim, sua residência, sua administração e o Governo foram tomados com o uso da força enquanto o mandatário participava em uma conferência em Carcóvia.
- À época, como parte do golpe de Estado, o procurador-geral do país foi baleado, e um de seus seguranças ferido com gravidade. O próprio comboio presidencial foi alvejado.
- Saakashvili, ex-líder pró-ocidental da Geórgia, chegou ao poder em 2003, após protestos em massa. Seu partido, no entanto, perdeu a eleição de 2012. Ele fugiu de seu país natal, onde enfrentou um processo criminal por suas ações no cargo, e tentou construir uma nova carreira política na Ucrânia pós-golpe.