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Putin sobre a recusa da Ucrânia em negociar: "Tudo já teria terminado há muito tempo".

O presidente russo denunciou que Kiev está atacando a infraestrutura civil na Rússia para desviar a atenção do "fracasso total" de sua contraofensiva.
Putin sobre a recusa da Ucrânia em negociar: "Tudo já teria terminado há muito tempo".Gettyimages.ru / Vladimir Pesnya / Epsilon

O conflito na Ucrânia teria terminado há muito tempo se não fosse a recusa de Kiev em negociar com Moscou, disse o presidente russo Vladimir Putin na terça-feira.

Putin relembrou as recentes declarações de David Arajamia, um dos negociadores ucranianos que participou das conversações de paz com a Rússia na primavera de 2022, que revelou que a pressão do então primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, foi um dos fatores que levaram o lado ucraniano a se retirar do processo de paz.

"Eles não são tolos? E eles dizem: 'Se tivéssemos feito isso, já teria sido há mais de um ano e meio'. Isso apenas enfatiza mais uma vez que eles não são pessoas independentes", enfatizou.

Ele criticou a "fórmula de paz" do presidente ucraniano Vladimir Zelensky, que busca fazer com que a Rússia "desista" das "conquistas" obtidos no último ano e meio, mas tanto a Ucrânia quanto o Ocidente "entendem que isso é impossível". Ele acrescentou que a fórmula de Zelensky é uma "continuação da implementação do decreto do presidente ucraniano sobre a proibição de negociações com a Rússia; esses são requisitos proibitivos para o processo de negociação".

O presidente russo também denunciou o fato de Kiev ter como alvo a infraestrutura civil na Rússia para desviar a atenção do "fracasso total" de sua contraofensiva. "Eles estão tentando mostrar que também podem fazer algo, mas, em vez de resolver problemas militares, estão operando dessa forma bárbara. Eles estão simplesmente atacando áreas populosas pacíficas e com armas indiscriminadas", denunciou.

De acordo com Putin, não só a contraofensiva de Kiev falhou, mas a "iniciativa" está inteiramente nas mãos do exército russo. Ele também ressaltou que, se o conflito continuar, "o Estado ucraniano pode sofrer um golpe irreparável e muito sério".

O presidente garantiu que a Rússia sempre defendeu seus interesses e continua a fazê-lo agora. Nesse contexto, ele destacou que os cidadãos da Ucrânia "sofreram uma lavagem cerebral" e que ninguém "interferiu em sua independência".

Entre outras coisas, o presidente russo disse que as ideias nacionalistas na Ucrânia após o colapso da URSS se mostraram mais fortes do que o esperado, o que levou à situação atual. "Após o colapso da União Soviética, era óbvio que chegaríamos a esse ponto", disse ele, acrescentando que "os elementos nacionalistas se tornaram mais agressivos e começaram a promover sua agenda".