Empresas da Coreia do Sul e dos EUA lideram ranking de retroescavadeiras usadas em garimpos ilegais no Brasil

Um levantamento publicado nesta terça-feira por pesquisadores da Repórter Brasil mostra que 90 retroescavadeiras foram apreendidas em terras indígenas e unidades de conservação na Amazônia. Pelo menos 26 dessas são da empresa sul-coreana Hyundai, enquanto 13 são da norte-americana Caterpillar. 

O veículo, que divulgou que "o maquinário de construção civil encontrado em áreas de garimpo é estimado em R$41,6 milhões", conversou com Doto Takak Ire - uma liderança indígena que, em 2023, viajou até a Coreia do Sul para tratar do envolvimento da Hyundai na atividade ilegal.

"Mudou tudo com a chegada das máquinas", explica Takak Ire. "A PC [pá carregadeira] cava fundo na terra, come a beira dos igarapés e alarga o rio. É uma destruição enorme", acrescenta.

À época da visita, um relatório do Greenpeace denunciava a presença de 75 máquinas da multinacional nas terras indígenas Kayapó, Munduruku e Yanomami e apontava para a crescente presença de seus revendedores autorizados nas proximidades dos locais. Conforme apuração da imprensa brasileira, o encontro e a pressão do ativista resultou na suspensão temporária da venda de máquinas pesadas para os estados de Roraima, Amazonas e Pará. 

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"O garimpo está contaminando com mercúrio os peixes, que são a única base de alimentação dos povos Kayapó", destacou a liderança em um vídeo postado pouco antes da viagem nas redes sociais. "Nossas mulheres estão ficando doentes, estão abortando as crianças. É uma preocupação muito grande".