Putin: Moscou pretende desenvolver mecanismos de comércio fora do controle do Ocidente com Pyongyang

Em um artigo, publicado na véspera da visita oficial do presidente russo à Coreia do Norte, Putin detalha os principais pontos nas relações com o país asiático.

Em antecipação a uma visita do mandatário russo, Vladimir Putin, à Coreia do Norte, nesta teça-feira, o jornal local asiático 'Nodong Shinmun' publicou um artigo intitulado "A Rússia e a Coreia do Norte: tradições de amizade e cooperação ao longo dos anos", o qual teve o texto divulgado no site do Kremlin.

No início do artigo, Putin observa que as relações entre os dois países são baseadas "nos princípios de igualdade, respeito mútuo e confiança", e têm uma longa história de mais de 70 anos. O presidente presta homenagem à memória da "difícil luta" conjunta contra o militarismo japonês, ressaltando que a União Soviética foi a primeira no mundo a reconhecer a República Popular Democrática da Coreia, estabelecendo relações diplomáticas com ela. A URSS, de acordo com o presidente russo, contribuiu significativamente para a construção da economia nacional do jovem Estado.

Quanto à história recente, as principais prioridades e direções da parceria, segundo Putin, foram definidas pelas declarações bilaterais assinadas por Putin e Kim Jong Il, presidente do Comitê de Defesa do Estado da RPDC em 2000-2001. E, nos dias de hoje, o atual líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, está seguindo o curso dos seus antecessores.

Atenção especial foi dada ao "firme apoio" do país asiático na operação especial militar da Rússia na Ucrânia. O presidente russo apreciou a solidariedade e a disposição da Coreia do Norte de defender prioridades comuns nas Nações Unidas.

Pyongyang, continuou, também opõe-se ao desejo coletivo do Ocidente de "impedir o estabelecimento de uma ordem mundial multipolar baseada na justiça, no respeito mútuo pela soberania e na consideração dos interesses de cada um".

Os EUA e seus aliados, ressalta Putin, estão tentando inflamar ainda mais o conflito na Ucrânia, que "eles mesmos provocaram", e infligir uma derrota estratégica à Rússia.

Entretanto, como observa o mandatário russo, o país amigável está lutando por sua liberdade e soberania com "força, dignidade e coragem", apesar da pressão de Washington, e Moscou, por sua vez, pretende desenvolver mecanismos de comércio e acordos mútuos com o Governo Kim Jong-un fora do controle do Ocidente.