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Bloomberg: EUA querem que a Ucrânia fique na defensiva em seu conflito com a Rússia

"O ataque é sempre mais difícil do que a defesa, mas para a Ucrânia isso pode estar fora de questão", observa o colunista Andreas Kluth.
Bloomberg: EUA querem que a Ucrânia fique na defensiva em seu conflito com a RússiaGettyimages.ru / Chip Somodevilla

A Casa Branca quer que a Ucrânia mude sua estratégia no conflito com a Rússia de ofensiva para defensiva, afirma o colunista da Bloomberg Andreas Kluth em um artigo publicado na terça-feira. Essa, segundo ele, é a mensagem que o conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, transmitirá ao presidente ucraniano Vladimir Zelenski, de Joe Biden, em uma conversa que ocorrerá à margem do Fórum Econômico Mundial, que está sendo realizado neste momento na cidade suíça de Davos.

Nesse contexto, Kluth lembra que a chamada 'contraofensiva' ucraniana fracassou, causando frustração em Washington, que pediu a Kiev que adotasse táticas diferentes. Por esse motivo, Zelensky "entende" por que o desejo dos EUA de que Kiev pare de tentar atacar as posições russas faz sentido, embora o líder ucraniano "não goste de ouvir ou dizer isso publicamente", observa. Em tal situação, Zelenski passaria outra mensagem a Biden, bem como ao Congresso dos EUA, de que a Ucrânia só poderá se defender adequadamente se o Ocidente garantir que fornecerá os meios necessários para isso.

"Nós vamos parar com isso [a ofensiva], porque não faz sentido. Em vez disso, tentaremos manter o que ainda temos [...] Mas só poderemos defender nossas linhas se vocês, nos EUA e na Europa, continuarem a nos enviar drones, mísseis e balas, e também o equipamento para construir fortificações impenetráveis", Zelenski deveria dizer a Sullivan, embora "vocês dois já saibam disso", ressalta o autor.

Uma 'fórmula de paz' absurda

Além disso, Kluth acredita que, por sentir a necessidade de "continuar negando" que o conflito tenha chegado a um impasse, Zelenski continuará a adotar sua chamada "fórmula de paz", que já foi discutida por 83 países em Davos, antes do fórum desta semana. "Mas a Rússia não foi convidada e a China não apareceu, então todo mundo sabe que é um beco sem saída", enfatiza o colunista. Mais cedo, Moscou classificou como "absurda" a "fórmula de paz" de Zelenski, que buscava uma solução pacífica para o conflito na Ucrânia sem a participação da Rússia.

"A ofensiva é sempre mais difícil do que a defesa, mas para a Ucrânia pode estar agora fora de questão", conclui o autor, observando que na questão ucraniana "não pode haver otimismo em Davos este ano".