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Esse tipo de comida vegana pode ser prejudicial à sua saúde, segundo estudo

O consumo de alimentos ultraprocessados à base de vegetais foi associado a um aumento de 5% no risco de doenças cardiovasculares, bem como a um aumento de 12% na mortalidade relacionada a doenças cardiovasculares.
Esse tipo de comida vegana pode ser prejudicial à sua saúde, segundo estudoGettyimages.ru / Lori Van Buren/Albany Times Union

Um grupo de pesquisadores de instituições científicas do Brasil e do Reino Unido encontrou evidências de que o consumo de alimentos veganos ultraprocessados pode aumentar o risco de morte por doenças cardiovasculares (DCV), informou nesta semana o Imperial College London.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, as DCV são um grupo de distúrbios que afetam o coração e os vasos sanguíneos. Essas condições geralmente são desencadeadas pelo acúmulo de depósitos de gordura no interior das artérias que fornecem sangue ao coração e ao cérebro. As DCVs são consideradas a principal causa de morte em todo o mundo.

Os cientistas afirmam que as dietas veganas estão associadas a uma redução no desenvolvimento de DCV, como ataques cardíacos e derrames. No entanto, alertam que alguns produtos alternativos à carne, como salsichas e hambúrgueres vegetarianos, são comercializados como opções saudáveis, mas na verdade podem ser classificados como alimentos ultraprocessados (AUPs).

Os AUPs são mais ricos em sal, gordura e açúcar, bem como em aditivos artificiais, e pesquisas anteriores mostraram que esses alimentos estão ligados ao desenvolvimento de várias doenças, incluindo obesidade, DCV, diabetes tipo 2 e câncer.

Alguns alimentos vegetais são prejudiciais

Um novo estudo publicado recentemente na revista Lancet Regional Health relata que alimentos ultraprocessados à base de vegetais podem ser prejudiciais à saúde. Os especialistas chegaram a essa conclusão depois de avaliar os alimentos consumidos durante pelo menos 48 horas por mais de 118.000 britânicos com idades entre 40 e 69 anos entre 2009 e 2012. Essas informações foram obtidas do UK Biobank, um banco de dados com os registros médicos e de estilo de vida de mais de meio milhão de britânicos.

A equipe de cientistas examinou a contribuição dos alimentos ultraprocessados e não ultraprocessados na dieta dos participantes. Esses alimentos também foram divididos de acordo com o fato de serem de origem vegetal (frutas, cereais, pães, doces, bolos e bebidas adoçadas) ou animal (peixes, carnes de todos os tipos, ovos e laticínios).

Os pesquisadores descobriram que cada aumento de 10% no consumo de alimentos não ultraprocessados de origem vegetal estava associado a uma redução de 13% no risco de desenvolver DCV, bem como a um risco 20% menor de mortalidade relacionada a DCV. Entretanto, o consumo de alimentos de origem vegetal ultraprocessados foi associado a um aumento de 5% nas DCVs e de 12% na mortalidade.

Também descobriram que a troca dos AUPs de origem vegetal por alimentos não ultraprocessados (frutas e vegetais) reduziu em 15% as mortes por todas as DCVs e em 7% o risco de desenvolver DCVs.

Os pesquisadores concluíram que, com base nas evidências, as recomendações nutricionais que promovem dietas veganas não devem se concentrar apenas na redução da quantidade de carne e outros produtos de origem animal, mas também em evitar todos os AUPs.