EUA temem que Israel possa iniciar uma guerra contra o Hezbollah no Líbano
O aumento da troca de ataques entre Israel e o Hezbollah nesta semana provocou temores em Washington de que Tel Aviv poderia lançar uma guerra contra o movimento em território libanês, informou a CBS News citando autoridades norte-americanas familiarizadas com o assunto.
Após analisar os acontecimentos recentes, vários cenários estão sendo considerados. A principal preocupação está relacionada à recente escalada de ataques das tropas israelenses em território libanês, o que foi interpretado como "preparação do campo de batalha para um ataque em grande escala". "Essas autoridades estão cada vez mais preocupadas com a possibilidade de Israel lançar uma guerra contra o Hezbollah no Líbano que não conseguirá terminar sem o apoio dos EUA", escreve o veículo.
Outras autoridades, por sua vez, expressaram a opinião de que os ataques com foguetes em grande escala do grupo libanês contra o país judeu poderiam provocar uma guerra imprevista se desencadeassem um evento ao qual Tel Aviv se sentisse compelido a responder.
Nesse contexto, um funcionário informou que Amos Hochstein, um dos principais conselheiros diplomáticos do presidente dos EUA, Joe Biden, chegará a Israel na próxima segunda-feira para trabalhar na redução da escalada.
Além disso, destaca-se que os riscos de escalada aumentarão se o acordo sobre um cessar-fogo na Faixa de Gaza apresentado por Biden no final do mês passado fracassar. Segundo uma autoridade de alto escalão de seu Governo, se o acordo for alcançado, ele poderá influenciar a situação na fronteira libanesa-israelense, "portanto, é uma oportunidade para encerrarmos completamente esse conflito".
🇮🇱 De volta à Idade Média? Israel utiliza catapultas para lançar bolas de fogo em direção à fronteira com o Líbano, em resposta às ações do Hezbollah. pic.twitter.com/QSQXSXZKsk
— RT Brasil (@rtnoticias_br) June 13, 2024
Espiral de violência
No início desta semana, as Forças de Defesa de Israel (FDI) atacaram uma área no sul do Líbano, matando Taleb Abdullah — considerado o comandante de mais alto nível do movimento a ser morto por Israel nos últimos oito meses — e três outros membros do Hezbollah.
O movimento libanês respondeu no dia seguinte com um dos maiores ataques a Israel desde o início da guerra no enclave palestino, disparando mais de 160 foguetes. A FDI informou que "alguns dos projéteis foram interceptados e outros caíram em várias áreas no norte do país".
A espiral de violência continuou na noite de quinta-feira, quando as tropas israelenses bombardearam a cidade de Khanata, na região de Tyre, no sul do Líbano, matando e ferindo várias pessoas.