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EUA temem que Israel possa iniciar uma guerra contra o Hezbollah no Líbano

A principal preocupação é que, nesse caso, Tel Aviv não conseguirá terminar a guerra sem o apoio dos EUA, disse uma fonte da CBS News.
EUA temem que Israel possa iniciar uma guerra contra o Hezbollah no LíbanoGettyimages.ru / Ramiz Dallah/Anadolu

O aumento da troca de ataques entre Israel e o Hezbollah nesta semana provocou temores em Washington de que Tel Aviv poderia lançar uma guerra contra o movimento em território libanês, informou a CBS News citando autoridades norte-americanas familiarizadas com o assunto.

Após analisar os acontecimentos recentes, vários cenários estão sendo considerados. A principal preocupação está relacionada à recente escalada de ataques das tropas israelenses em território libanês, o que foi interpretado como "preparação do campo de batalha para um ataque em grande escala". "Essas autoridades estão cada vez mais preocupadas com a possibilidade de Israel lançar uma guerra contra o Hezbollah no Líbano que não conseguirá terminar sem o apoio dos EUA", escreve o veículo.

Outras autoridades, por sua vez, expressaram a opinião de que os ataques com foguetes em grande escala do grupo libanês contra o país judeu poderiam provocar uma guerra imprevista se desencadeassem um evento ao qual Tel Aviv se sentisse compelido a responder.

Nesse contexto, um funcionário informou que Amos Hochstein, um dos principais conselheiros diplomáticos do presidente dos EUA, Joe Biden, chegará a Israel na próxima segunda-feira para trabalhar na redução da escalada.

Além disso, destaca-se que os riscos de escalada aumentarão se o acordo sobre um cessar-fogo na Faixa de Gaza apresentado por Biden no final do mês passado fracassar. Segundo uma autoridade de alto escalão de seu Governo, se o acordo for alcançado, ele poderá influenciar a situação na fronteira libanesa-israelense, "portanto, é uma oportunidade para encerrarmos completamente esse conflito".

Espiral de violência

No início desta semana, as Forças de Defesa de Israel (FDI) atacaram uma área no sul do Líbano, matando Taleb Abdullah — considerado o comandante de mais alto nível do movimento a ser morto por Israel nos últimos oito meses — e três outros membros do Hezbollah.

O movimento libanês respondeu no dia seguinte com um dos maiores ataques a Israel desde o início da guerra no enclave palestino, disparando mais de 160 foguetes. A FDI informou que "alguns dos projéteis foram interceptados e outros caíram em várias áreas no norte do país".

A espiral de violência continuou na noite de quinta-feira, quando as tropas israelenses bombardearam a cidade de Khanata, na região de Tyre, no sul do Líbano, matando e ferindo várias pessoas.