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Advogados sul-africanos preparam um processo contra os EUA e o Reino Unido por serem cúmplices de Israel em Gaza

O advogado sul-africano Wikus Van Rensburg lembrou que ninguém responsabilizou os EUA pelos crimes cometidos no Iraque porque a perspectiva legal não recebeu a devida importância.
Advogados sul-africanos preparam um processo contra os EUA e o Reino Unido por serem cúmplices de Israel em GazaAP / Patrick Post

Cerca de 50 advogados sul-africanos estão preparando um processo contra os governos dos Estados Unidos e do Reino Unido, que acusam de serem cúmplices dos crimes das Forças Armadas israelenses na Palestina, informa a Anadolu.

De acordo com a agência de notícias, a iniciativa é liderada pelo advogado sul-africano Wikus Van Rensburg, em colaboração com advogados dos EUA e do Reino Unido. Rensburg começou a preparar um processo separado contra os governos desses dois países ocidentais quando o Tribunal Penal Internacional iniciou os procedimentos legais no caso África do Sul vs. Israel.

"Os Estados Unidos devem agora ser responsabilizados pelos crimes que cometeram", disse Rensburg em uma entrevista à Anadolu, na qual falou sobre o processo de responsabilização de Washington e Londres como cúmplices dos crimes de guerra de Tel Aviv contra o povo de Gaza. Ele também revelou à mídia que, quando contou pela primeira vez a outras pessoas sobre o novo processo, recebeu muito apoio. Em particular, muitos advogados decidiram aderir à iniciativa, em sua maioria muçulmanos.

Rensburg ainda lembrou que ninguém responsabilizou os EUA pelos crimes cometidos no Iraque porque a perspectiva legal não recebeu a devida importância. Agora, disse ele, as pessoas veem o que está acontecendo na Palestina como um "cenário ideal" para a implementação do processo legal. Enquanto isso, acrescentou, "os EUA estão ocupados gastando mais dinheiro e mais recursos para (permitir que Israel) cometa o crime".

O advogado argumentou que o processo da África do Sul contra Israel na Corte Internacional de Justiça (CIJ) em Haia servirá de guia para o processo contra os EUA e o Reino Unido, pois será possível iniciar o processo com base no resultado do primeiro processo.

Em sua opinião, se o julgamento da CIJ contra Israel terminar a favor da África do Sul, os EUA poderão sofrer sanções, mesmo que não aceitem o veredicto. Além disso, ele disse que a decisão do tribunal fortaleceria o caso contra a administração de Joe Biden.

Os EUA "devem aceitar suas obrigações", disse o advogado, lembrando que Berlim continua a pagar reparações por crimes de genocídio cometidos pela Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial.