Moscou: Kiev e o Ocidente serão responsáveis pelo derramamento de sangue se não aceitarem a proposta de paz russa

Vladimir Putin anunciou na sexta-feira as condições que "realmente possibilitarão o fim da guerra na Ucrânia", enfatizando que, assim que Kiev as aceitar, Moscou estará pronta para negociar imediatamente, sem demora.

O Ocidente e o regime de Kiev serão responsáveis pelo prolongamento do conflito ucraniano caso se recusem a aceitar a proposta oferecida pelo presidente russo, Vladimir Putin, de iniciar negociações de paz.

O representante permanente da Rússia nas Nações Unidas, Vasily Nebenzia, declarou em uma reunião do Conselho de Segurança da ONU nesta sexta-feira, convocada a pedido de Moscou em vista da decisão dos países ocidentais de permitir que suas armas sejam usadas para atacar o território russo.

"Se o Ocidente e Kiev rejeitarem essa proposta de paz, então a responsabilidade política e moral pela continuação do derramamento de sangue será deles", afirmou o diplomata sênior.

Os crimes não ficarão impunes

Nebenzia também asseverou que a Rússia não deixará sem resposta nenhum dos "crimes" na Ucrânia nos quais o Ocidente está envolvido. De acordo com ele, Moscou tem evidências de que militares ocidentais estão dirigindo diretamente o uso, pelo regime de Kiev, de armas modernas, de alta tecnologia, alta precisão e longo alcance - de fabricação britânica, americana ou francesa.

E eles não estão apenas comandando os ataques, mas também determinando seus alvos finais, observou Nebenzia. "Ou seja, que os países da OTAN estão profundamente envolvidos nas hostilidades na Ucrânia e são cúmplices dos crimes de guerra do regime de Kiev é um fato conhecido há muito tempo", acrescentou.

O diplomata garantiu que a Rússia dará "uma resposta adequada a todas essas ações agressivas e que todos os envolvidos nesses crimes serão punidos".

Ataques a jornalistas

Nebenzia expressou desapontamento com a falta de condenação da ONU ao ataque ucraniano à República Popular de Donetsk, no qual um cinegrafista russo foi morto e vários jornalistas ficaram gravemente feridos.

"Recentemente, em Gorlovka, outro jornalista russo, o cinegrafista da NTV, Valeri Kozhin, foi morto e seus colegas ficaram feridos. O ataque foi realizado com precisão. É decepcionante que o Secretariado da ONU não tenha tido a coragem de nomear o culpado e condenar esse ato terrorista", concluiu o diplomata sênior.

Proposta de paz russa

O mandatário russo anunciou na sexta-feira as condições que "permitirão um fim real à guerra na Ucrânia", enfatizando que, assim que Kiev as aceitar, Moscou estará pronta para negociar imediatamente, sem demora. Ele enfatizou que, se o Ocidente e Kiev rejeitarem novamente a proposta de "paz concreta e real" de Moscou, a responsabilidade pelo derramamento de sangue será deles.

Entre as condições propostas estão: "neutralidade, não-alinhamento, desnuclearização da Ucrânia, bem como sua desmilitarização e desnazificação"; reconhecimento das novas realidades territoriais, ou seja, Crimeia, Sebastopol, República Popular de Donetsk e Donetsk e República Popular de Lugansk.e as Repúblicas Populares de Lugansk, as províncias de Zaporozhie e Kherson devem ser reconhecidas como súditos da Rússia; bem como o cancelamento de todas as sanções ocidentais.

Por sua vez, tanto Washington quanto a OTAN também revelaram anteriormente suas posições sobre a questão. O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd J. Austin, disse que o líder russo"não está em condições" de ditar a Kiev as condições para o fim das hostilidades. De acordo com o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, a proposta de Putin implicaria em"alcançar seus objetivos de guerra".