A proposta oferecida pelo presidente russo Vladimir Putin para iniciar negociações de paz com a Ucrânia é, na realidade, um "ultimato", disse nesta sexta-feira o líder do regime ucraniano Vladimir Zelensky à Sky TG24 em uma entrevista.
"O que posso dizer? Essas mensagens são ultimatos, não são diferentes de outros ultimatos que ele já fez antes", afirmou.
O mandatário russo anunciou neste mesmo dia que as condições que "realmente permitirão pôr fim à guerra na Ucrânia", enfatizando que, assim que Kiev as aceitar, Moscou estará pronta para negociar imediatamente, sem demora. Sublinhou ainda que se o Ocidente e Kiev rejeitarem a proposta de "paz concreta e real" de Moscou, como já fizeram antes, serão responsáveis pelo "derramamento de sangue" que continuará.
As condições propostas incluem: "neutralidade, não alinhamento, desnuclearização da Ucrânia, bem como sua desmilitarização e desnazificação"; reconhecimento das novas realidades territoriais, ou seja, a Crimeia, Sevastopol, as Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk, as províncias de Zaporozhie e Kherson devem ser reconhecidas como súditos da Rússia; bem como o cancelamento de todas as sanções ocidentais.
Enquanto isso, tanto Washington quanto a OTAN também revelaram suas posições sobre a questão. O secretário de Defesa dos EUA, Lloyd J. Austin, disse que o líder russo "não está em posição" de ditar a Kiev as condições para o fim das hostilidades.
Por sua vez, o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, afirmou que a proposta de Putin implicaria "a realização dos objetivos militares da Rússia".