Antídoto promissor é desenvolvido para picada de uma das aranhas mais perigosas do mundo
Cientistas da Universidade Técnica de Braunschweig, na Alemanha, conseguiram, pela primeira vez, obter anticorpos humanos que neutralizam a picada da viúva negra, uma aranha que possui um dos venenos mais potentes. Os resultados do estudo foram publicados na quarta-feira na revista Frontiers in Immunology.
As aranhas analisadas pelo estudo, aquelas que vivem no sul da Europa, injetam em suas vítimas uma potente neurotoxina chamada alfa-latrotoxina, que afeta os sistemas nervoso e linfático, causando cãibras e dores intensas em todo o corpo, além de náuseas. Os sintomas podem durar vários dias.
Por enquanto, o antídoto existente para o veneno da viúva negra é baseado em anticorpos de cavalo e, em alguns casos, pode causar reações alérgicas potencialmente fatais devido à rejeição das proteínas animais pelo sistema imunológico humano.
Agora, os especialistas criaram um substituto seguro para essas moléculas, rastreando as interações de mais de 10 bilhões de anticorpos humanos dispostos aleatoriamente com fragmentos de alfa-latrotoxina e descobriram 45 variações de anticorpos humanos capazes de neutralizar o veneno. Um deles, chamado MRU44-4-A1, é especialmente eficaz contra a toxina.
Os pesquisadores esperam que esse anticorpo se torne a base para novos antídotos contra o veneno da viúva negra, minimizando os efeitos colaterais.