Venezuela denuncia danos causados por sanções unilaterais, alertando sobre "uma nova geração" de medidas "mais cruéis e destrutivas"
O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Yván Gil, denunciou na quinta-feira perante a 89ª sessão plenária da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) os danos econômicos causados ao seu país pela política de sanções unilaterais.
"Como resultado da coerção unilateral dessas medidas, entre 2015 e 2022, a Venezuela deixou de produzir 3.393 milhões de barris de petróleo, o equivalente a 232 bilhões de dólares", disse Gil, ressaltando que a perda causada ao seu país "foi maior do que as reservas internacionais de todos os outros 11 países da América do Sul".
O diplomata venezuelano alertou ainda sobre o surgimento de "uma nova geração" de medidas coercitivas extraterritoriais unilaterais que são "muito mais cruéis e destrutivas". Segundo Gil, "as mal chamadas sanções" são medidas "ilegais" que se tornaram "um problema global que exige uma solução global".
"Hoje, estamos enfrentando uma nova geração dessas medidas ilegais, que agora são muito mais cruéis e destrutivas do que nunca. Essa é uma nova geração das chamadas 'sanções', que usam a dor e o sofrimento de povos inteiros para promover agendas intervencionistas e desestabilizadoras", alertou Gil.
O chanceler venezuelano argumentou que as políticas de sanções afetam mais de 30 países no mundo e criaram uma "crise em todo o sistema de relações internacionais", além de aumentar "a incerteza, a instabilidade, a desconfiança e as tensões em todo o mundo".
Nesse sentido, pediu à Assembleia da ONU que "ponha um fim completo e imediato a todas essas medidas ilegais", que só geram "efeitos prejudiciais", "impedem o desenvolvimento e perpetuam a pobreza em todo o mundo".
"São meras ferramentas de dominação neoliberal (...) que estão destinadas a fracassar à medida que os povos do mundo se levantam", disse o chanceler venezuelano, que também destacou que os países que aplicam essas políticas que violam os direitos humanos buscam roubar e manter a riqueza dos países em desenvolvimento que agora apostam em um mundo multipolar mais justo.