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Putin discursa perante funcionários do alto escalão do Ministério das Relações Exteriores da Rússia

O presidente russo enfatizou que "o mundo está mudando rapidamente, e nunca mais será o mesmo: nem na política mundial, nem na economia, nem na competição tecnológica".
Putin discursa perante funcionários do alto escalão do Ministério das Relações Exteriores da RússiaGettyimages.ru / Anadolu

O presidente russo, Vladimir Putin, discursou nesta sexta-feira aos funcionários de alto escalão do Ministério das Relações Exteriores do país.

No início da reunião, o presidente agradeceu ao Ministério por seu "trabalho árduo em nome da Rússia e de nosso povo".

Putin enfatizou que "o mundo está mudando rapidamente, nunca mais será o mesmo: nem na política mundial, nem na economia, nem na competição tecnológica".

"Sobre a base de uma nova realidade política e econômica, os contornos de uma ordem mundial multipolar e multilateral estão agora tomando forma. E esse é um processo objetivo", disse ele.

"O perigo da Europa não procede da Rússia"

Não é da Rússia que representa um perigo para a Europa, mas sim a sua dependência "crítica" dos EUA, declarou o presidente da Rússia.

"O perigo para a Europa não vem da Rússia. A principal ameaça para os europeus é a dependência crítica e cada vez maior, quase total, dos Estados Unidos", disse ele.

O líder russo enfatizou que a Europa, já dependente dos Estados Unidos nas esferas militar, política, tecnológica, ideológica e informacional, está "cada vez mais empurrada para as margens do desenvolvimento econômico global" e mergulhada em graves problemas, como a crise migratória. Assim, ele ressaltou que os países ocidentais estão "privados da subjetividade internacional e da identidade cultural".

Condições para iniciar as negociações de paz

Além disso, Putin listou as condições para iniciar negociações de paz com a Ucrânia. Ele declarou que as Forças Armadas ucranianas devem se retirar completamente do território da República Popular de Donetsk, da República Popular de Lugansk e das províncias russas de Kherson e Zaporozhie.

"A essência de nossa proposta não é algum tipo de trégua temporária ou cessar-fogo, como quer o Ocidente, para restaurar as perdas e rearmar o regime de Kiev e prepará-lo para uma nova ofensiva. Repito: não estamos falando de congelar o conflito, mas de seu fim definitivo", enfatizou.

O presidente disse que o status da Crimeia, de Sebastopol, da República Popular de Donetsk, da República Popular de Lugansk, das províncias de Zaporozhie e Kherson como partes da Rússia deve ser consagrado em tratados internacionais.

Em seu discurso, ele observou que a posição inalterável de Moscou consiste no " status neutro, não alinhado e desnuclearizado da Ucrânia, bem como sua desmilitarização e desnazificação".

Além disso, espera-se que todas as sanções impostas contra a Rússia sejam suspensas.

A legitimidade de Zelensky já expirou

Putin também abordou a questão da legitimidade do líder do regime ucraniano, Vladimir Zelensky. "O mandato presidencial do chefe anteriormente eleito da Ucrânia expirou, juntamente com sua legitimidade, que não pode ser restaurada por nenhum truque", enfatizou.

Nesse contexto, ele reiterou que "a origem do atual regime em Kiev foi um golpe armado", que ocorreu em 2014, e agora "o poder executivo na Ucrânia está novamente, como em 2014, usurpado e ilegalmente retido".

No entanto, ainda existem órgãos legítimos na Ucrânia. "Precisamente o Verkhovna Rada [Parlamento] é hoje o órgão legítimo, ao contrário do poder executivo", enfatizou.