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Telescópio espacial James Webb descobre o maior número de supernovas

O telescópio espacial detectou cerca de 80 supernovas, objetos astronômicos brilhantes formados pela explosão de uma estrela massiva no final de sua vida.
Telescópio espacial James Webb descobre o maior número de supernovasNASA, ESA, CSA, STScI, JADES

A NASA informou na segunda-feira que um grupo de astrônomos identificou 10 vezes mais supernovas no início do Universo do que se sabia anteriormente, usando observações da câmera de infravermelho próximo (NIRCam) do Telescópio Espacial James Webb.

Uma supernova é o nome dado à gigantesca explosão de uma estrela maciça no final de sua vida devido ao colapso de seu núcleo. Como resultado da explosão, esse corpo celeste emite uma luz extremamente brilhante. Como explica o Space.com, as supernovas podem eclipsar temporariamente galáxias inteiras, além de irradiar mais energia do que o nosso Sol emitirá em sua vida.

A NASA considera que o James Webb é adequado para detectar supernovas distantes, pois seus instrumentos são capazes de fazer observações na faixa do infravermelho.

A luz visível de supernovas antigas, que viajou bilhões de anos pelo Universo, é 'esticada' pela expansão do Universo no momento em que chega ao telescópio. Esse fenômeno é conhecido como "desvio para o vermelho cosmológico", pois a luz desses objetos astronômicos é esticada para a extremidade vermelha do espectro eletromagnético, ou seja, para o infravermelho.

Supernovas antigas encontradas

De acordo com os cientistas, algumas das supernovas descobertas são os exemplos mais distantes de seu tipo, incluindo aquelas usadas para calcular a taxa de expansão do Universo. Os pesquisadores também disseram que um grande número desses objetos data de quando o Universo tinha menos de 2 bilhões de anos, uma fração de sua idade atual, que é estimada em 13,8 bilhões.

Os especialistas conseguiram identificar essas supernovas após comparar a variação do brilho de sua luz com o tempo (método de trânsito) nas imagens fornecidas pelo telescópio James Webb. No total, os astrônomos encontraram cerca de 80 supernovas em uma pequena parte do céu.

"Essa é realmente a nossa primeira amostra de como é o Universo de alto deslocamento para a ciência transitória", disse o pesquisador Justin Pierel, que enfatizou que eles estão "tentando identificar se as supernovas distantes são fundamentalmente diferentes ou muito semelhantes" àquelas vistas "no universo próximo".

Por outro lado, os cientistas observaram que detectaram uma supernova do tipo Ia, cuja luz começou a viajar pelo Universo quando este tinha 2,3 bilhões de anos, o que a torna a mais distante conhecida até agora. O recorde anterior era de uma supernova Ia, cuja luz começou sua jornada quando o Universo tinha 3,4 bilhões de anos.