Governo colombiano prorroga por seis meses o cessar-fogo com dissidentes das FARC

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, emitiu um decreto no domingo ordenando a "extensão" do cessar-fogo bilateral e temporário entre o Governo nacional e o Estado-Maior Central (EMC) das extintas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia-Exército do Povo (FARC-EP).

Dessa forma, ordenou a "suspensão de operações militares ofensivas e operações policiais" e outras ações contrárias aos compromissos acordados nas negociações de paz, de acordo com o documento, assinado pelo ministro da Defesa, Iván Velásquez Gómez, que emitirá as diretrizes necessárias para que as forças de segurança cumpram as disposições do decreto.

O cessar-fogo bilateral acordado entre os dois lados, que começou em 16 de outubro, termina nesta segunda-feira, 15 de janeiro. No entanto, de acordo com o que foi acordado hoje, com base nos resultados obtidos no âmbito do processo de paz, ele continuará até 15 de julho.

A prorrogação busca "fortalecer e manter as regras e o compromisso em termos de proteção da população civil e, nessa medida, evitar afetá-la e aos bens protegidos pelo Direito Internacional Humanitário", diz o texto.

No âmbito dessa decisão, pretende-se alcançar novos objetivos que visem, entre outros, a substituição de economias ilícitas, transformações territoriais e a proteção do meio ambiente e da população civil.

"Ano decisivo para a paz na Colômbia"

A assinatura desse decreto ocorre após a terceira rodada de negociações bilaterais que começou esta semana na capital colombiana, Bogotá. Nas conversas, os dissidentes das FARC confirmaram que sua "vontade de paz continua forte".

Nesse contexto, o Conselho de Segurança das Nações Unidas analisou na quinta-feira o relatório trimestral da Missão de Verificação na Colômbia sobre a implementação do cessar-fogo e parabenizou o país por seu progresso na consolidação da paz.

"Este pode ser um ano decisivo para a paz na Colômbia (...) O ano que acaba de passar mostrou os vínculos claros entre a implementação do acordo e as iniciativas de diálogo com outros atores armados empreendidas pelo governo", disse o representante especial do secretário-geral da ONU na Colômbia, Carlos Ruiz Massieu, na sessão.