
Primeiro-ministro do Timor Leste faz apelo para que jovens abandonem as "ditas" artes marciais

Na quinta-feira, o primeiro-ministro do Timor Leste, Xanana Gusmão, fez um apelo para que os jovens timorenses, tanto em território nacional quanto no exterior, deixem de praticar as "ditas" artes marciais. Suas declarações foram apuradas pela imprensa local.
"Este apelo que estamos a fazer para deixarem as tais ditas artes marciais", declarou Gusmão. "Em Timor-Leste, já se determinou a suspensão do ensino, aprendizagem e prática dos grupos, e por isso, diminuíram atos violentos. Todavia, cometeram o crime de assassinato no estrangeiro", prosseguiu, em referência aos recentes episódios em Fátima.
Assassinato em Fátima
No domingo passado, na cidade de portuguesa de Fátima, um jovem imigrante timorense morreu esfaqueado e outros quatro ficaram feridos após uma discussão entre supostos grupos de artes marciais. O primeiro-ministro Gusmão fez um apelo para que todos eles sejam expulsos e regressem ao Timor Leste, para "incutir em toda a sociedade timorense que é preciso deixar de vez" as artes marciais.

O acontecimento repercutiu entre a sociedade civil e o meio político do Timor Leste - um país que, em razão do histórico de violência entre grupos praticantes de artes marciais, chegou a determinar a suspensão de seu ensino, aprendizagem e prática, argumentando a necessidade de "assegurar a ordem pública".
"Estamos descontentes com as atitudes, com os confrontos e com os atos violentos entre timorenses em Fátima, um local que consideramos sagrado", declarou António Verdial, deputado timorense que lidera a bancada KHUNTO. "Este acontecimento não é favorável para a imagem do país e para nossa dignidade", afirmou Antoninho Doutel, outro congressista.
Em razão da relevância religiosa da cidade de Fátima, autoridades religiosas do país asiático também se manifestaram. "Nós, os Bispos de Timor, manifestamos a nossa mais firme censura a qualquer forma de violência que não pode ter lugar na sociedade em que vivemos e muito menos, em particular, no Santuário de Fátima", lê-se em uma declaração da Conferência Episcopal Timorense.
