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Putin assegura que a Rússia nunca iniciou a retórica nuclear

Segundo o mandatário russo, não houve nenhuma ameaça à soberania e à integridade territorial do país que justificasse o uso de armas nucleares.
Putin assegura que a Rússia nunca iniciou a retórica nuclearSputnik / Sergey Bobylev

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, declarou em seu discurso durante a sessão plenária do Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo (SPIEF-2024) que seu país nunca iniciou uma retórica sobre escalada nuclear.

O mandatário russo lembrou que a ex-primeira-ministra britânica, Liz Truss, afirmou, no início de seu mandato, que estava pronta para apertar o "botão nuclear". "Nós nunca dissemos isso, foi assim [com essas declarações] que tudo começou. Apenas dissemos que sim, que deveríamos levar isso a sério. Imediatamente começaram a dizer que estávamos brandindo armas nucleares. Não estamos", disse Putin.

Doutrina nuclear russa

Além disso, Putin esclareceu que tudo é regulado dentro da estrutura da doutrina nuclear. De acordo com esse documento, o uso de armas nucleares é possível precisamente no caso excepcional de uma ameaça à soberania e à integridade territorial do país. "Não creio que tenha chegado a esse ponto", sublinhou Putin. No entanto, o presidente russo acrescentou que o país continua atento ao que está acontecendo na arena internacional e não descarta a possibilidade de introduzir algumas mudanças nessa doutrina.

"Nossas armas nucleares táticas são três a quatro vezes mais potentes do que as bombas usadas pelos EUA contra Hiroshima e Nagasaki. Temos uma quantidade muito maior delas, e no continente europeu, e mesmo que os americanos transfiram as deles dos EUA, ainda teremos muito mais do que eles", acrescentou o mandatário russo.

Nesse sentido, ele reiterou que não deseja um conflito nuclear e disse que duvidava que Washington entraria em guerra com armas nucleares estratégicas no caso de ataques russos de retaliação contra a Europa.

"Não precisaremos de nenhumar arma nuclear para a vitória"

Quanto ao desenvolvimento da operação militar especial, Putin enfatizou que é possível aumentar a velocidade das tarefas, embora isso seja diretamente proporcional às perdas. "A velocidade é importante, mas ainda mais importante é a preocupação com a vida e a saúde de nossos homens que lutam na linha de frente", disse ele.

Além disso, ele também enfatizou que não há necessidade de uma nova onda de mobilização. "Estamos seguindo uma tática diferente, estamos expulsando o inimigo dos territórios que deveriam estar sob nosso controle. Nesse sentido, não temos necessidade de recorrer à mobilização e não planejamos fazê-lo", declarou.

Segundo Putin, como parte da mobilização anterior, 300.000 pessoas foram recrutadas, mas no ano passado mais de 300.000 homens assinaram voluntariamente contratos com o Exército russo. Desde o início do ano, o número de voluntários aumentou para mais de 160.000.

"Quando virmos o que é o caráter russo, o que é o caráter de um cidadão russo, entendermos isso e nos apoiarmos nisso, não precisaremos de nenhuma arma nuclear para a vitória final", enfatizou o presidente da Rússia.