Luis Arce destaca a importância da multipolaridade e a exploração de recursos naturais em benefício da população
O presidente da Bolívia, Luis Alberto Arce, discursou na sessão plenária do Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo nesta sexta-feira.
Arce enfatizou a importância dos debates sobre a transição para um modelo multipolar e das "valiosas experiências da economia russa e seu papel protagonista em todo o mundo e em suas novas projeções".
"Tenho certeza de que compartilhamos a convicção de que a recomposição de uma ordem mundial nos levará a um mundo mais justo e equilibrado", manifestou Arce, que lembrou que a Bolívia tem sido uma vítima histórica das economias de enclave".
O mandatário afirmou que a Bolívia vê como "uma grande oportunidade a possibilidade de pertencer aos países do BRICS" para realizar seu processo de "transformação".
"As economias reunidas nesse bloco bem-sucedido romperam a hegemonia dos EUA e se levantam como uma esperança para o desenvolvimento e a complementaridade entre os países", afirmou.
E acrescentou: "Não se pode permitir que nenhum país se torne o banco central do mundo. Esses tempos acabaram".
"Crise multidimensional"
Além disso, enfatizou que "o mundo de hoje é um reflexo da crise de um sistema capitalista multidimensional que se manifestou em pelo menos sete crises: financeira, climática, energética, alimentar, hídrica, de políticas macroeconômicas e crise institucional em várias organizações internacionais".
Exploração dos recursos naturais em benefício do povo
Arce detalhou que o modelo econômico em Bolívia "é baseado na exploração de recursos naturais para o benefício do povo" e que o país é a "primeira reserva de lítio do planeta".
"O objetivo final é a eliminação da pobreza e a redução das desigualdades", manifestou.
O líder boliviano comentou que "não pode haver uma única visão de desenvolvimento e crescimento no mundo" e que "diferentes formas e modelos devem coexistir". "O respeito à decisão soberana de cada país de decidir o modelo econômico a ser aplicado deve ser uma das bases econômicas e políticas do mundo multipolar", concluiu.