Macron: "Autorizamos a Ucrânia a atacar alvos" na Rússia
A França autorizou que as Forças Armadas da Ucrânia utilizem os mísseis fornecidos à Kiev para realizar, de maneira limitada, ataques ao território russo. As informações foram divulgadas nesta quinta-feira pelo presidente francês, Emmanuel Macron.
"Dizemos que não permitimos que eles usem nossas armas para atacar civis ou para atingir um ou outro ponto da Rússia, mas para neutralizar os pontos de onde eles [os russos] os atacam'', declarou o mandatário em entrevista à TF1 e à France 2.
O chefe de estado disse que o envio de caças Mirage 2000-5 para a Ucrânia será anunciado nesta sexta-feira, e revelou sua proposta de que "pilotos ucranianos serão treinados neste verão na França" como parte de um total de "4.500 soldados ucranianos" que receberiam treinamento.
Embora tenha negado que haja instrutores militares na Ucrânia no momento, o presidente também afirmou que o possível envio deles "não é um fator de escalada".
Ele especificou que a decisão de enviar ou não soldados para treinar as tropas ucranianas diretamente no país eslavo será tomada "coletivamente". Mas "por que deveríamos excluir isso?", ele perguntou.
"Rússia está em nossas fronteiras"
Macron aproveitou o 80º aniversário do desembarque na Normandia na quinta-feira para traçar um paralelo entre a ajuda fornecida pelo Ocidente à Ucrânia e a resistência da França contra a Alemanha nazista com o apoio das forças aliadas.
Ele defendeu a ajuda ocidental a Kiev e falou da necessidade de deter uma "potência imperialista que desrespeita o direito internacional". "A Rússia está em nossas fronteiras", alertou.
Ao mesmo tempo, ele disse que a ajuda à resistência ucraniana tem como objetivo a paz, que "deve vir por meio de negociações em algum momento", mas que "esse momento ainda não chegou porque a Rússia continua avançando".
"A paz não pode ser a submissão da Ucrânia".
O líder insistiu que "a França quer a paz" e tem lutado por ela "desde o primeiro dia", mas indicou como o conflito não deve terminar.
"Antes de mais nada, temos que ser claros: a paz não pode ser a submissão da Ucrânia", disse ele.
"Eu ouço muitas pessoas dizendo: 'Vamos fazer a paz, deixar as coisas pararem onde estão, então os ucranianos só precisam concordar'. O presidente Putin disse que concorda. Isso é submissão", explicou.