WSJ revela sinais de deterioração da condição cognitiva de Biden
O presidente dos EUA, Joe Biden, está mostrando sinais de que sua capacidade cognitiva diminui por momentos, embora seus assessores digam que ele continua sendo um líder perspicaz. Várias pessoas que participaram de reuniões privadas com Biden informaram ao The Wall Street Journal.
Biden, aos 81 anos, é a pessoa mais velha a ocupar a presidência do país. Sua idade avançada e dúvidas sobre sua aptidão cognitiva tornaram-se questões importantes, especialmente na campanha para as eleições de novembro, nas quais o democrata está tentando a reeleição.
De acordo com uma pesquisa realizada em março pelo mesmo jornal, apenas 28% dos eleitores participantes acreditam que Biden está mais bem preparado física e mentalmente para a presidência em comparação com seu adversário, o ex-presidente Donald Trump.
O artigo, publicado na terça-feira, baseia-se em entrevistas com mais de 45 autoridades dos EUA, tanto republicanas quanto democratas, que participaram ou foram informadas sobre reuniões com Biden. Embora a maioria dos que criticaram o presidente fossem republicanos, vários democratas disseram que Biden "mostra sua idade" em suas conversas.
Deslizes a portas fechadas
Durante uma reunião com líderes do Congresso em janeiro, Biden às vezes falava tão baixo que alguns participantes tinham dificuldade para ouvi-lo. Ele também precisou consultar suas anotações para fazer observações óbvias, fazendo pausas por longos períodos e fechando os olhos por tanto tempo que os presentes se perguntaram se ele havia adormecido.
Em fevereiro, em uma reunião com o presidente da Câmara dos Deputados, Mike Johnson, Biden afirmou que uma recente mudança de política que ele mesmo havia aprovado e que colocava em risco alguns projetos de energia era apenas um estudo, levando Johnson a pensar que ele poderia ter perdido a memória dos detalhes de sua própria política.
Da mesma forma, no ano passado, durante a negociação com os republicanos da Câmara para aumentar o limite da dívida nacional, o comportamento e o domínio dos detalhes de Biden pareceram mudar da noite para o dia. "Eu costumava me encontrar com [Biden] quando ele era vice-presidente. Eu ia à casa dele", contou o então presidente da Câmara, Kevin McCarthy, em uma entrevista. "Ele não é a mesma pessoa", disse ele.
Deslizes públicos
Enquanto isso, alguns funcionários do Governo disseram não ter notado nenhuma irregularidade na maneira como Biden se comportou ou se expressou nas reuniões e ofereceram vários exemplos de outras situações em que, segundo eles, o presidente estava atento e envolvido.
No entanto, os inúmeras deslizes públicos de Biden não podem ser negadas, mesmo que as chances de ver o presidente sem um roteiro sejam muito baixas.
Em 20 de maio, por exemplo, ele disse que um dos convidados da comemoração do Mês da Herança Judaico-Americana na Casa Branca era um refém mantido pelo Hamas, um dia depois de afirmar que havia sido vice-presidente durante a pandemia de covid-19 que começou três anos depois de ele deixar o cargo.
Da mesma forma, em fevereiro, Biden novamente esqueceu a morte de algumas pessoas, um de seus erros mais comuns, quando afirmou que na reunião do G7 de 2021 havia conversado com o chanceler alemão Helmut Kohl e com o presidente francês François Mitterrand, que morreram em 2017 e 1996, respectivamente.