Organização acusa Israel de usar fósforo branco contra prédios residenciais no Líbano
A Human Rights Watch (HRW) disse na quarta-feira que as forças israelenses usaram munições de fósforo branco contra prédios residenciais no sul do Líbano.
Desde o início dos confrontos entre Israel e o movimento xiita Hezbollah, em outubro de 2023, a ONG pôde verificar o uso de bombas de fósforo branco pelas tropas israelenses contra pelo menos 17 localidades libanesas, incluindo cinco onde foram usadas contra áreas residenciais: Kafr Kila, Mays Al-Jabal, Boustane, Markaba e Aita Al-Shaab.
A HRW observou que os civis libaneses afetados foram forçados a fugir de suas casas.
O fósforo branco é uma substância tóxica que queima a mais de 800 graus Celsius e não pode ser extinta com água. Ele pode causar queimaduras graves e problemas respiratórios. De acordo com o Ministério da Saúde do Líbano, pelo menos 173 pessoas ficaram feridas desde outubro em decorrência da exposição ao fósforo branco.
A Human Rights Watch declarou que essa situação "ressalta a necessidade de leis internacionais mais rígidas sobre o uso de armas incendiárias".
A organização observou que o Protocolo III da Convenção sobre Armas Convencionais - do qual Israel não faz parte - é "o único instrumento internacional legalmente vinculante" que trata desse tipo de munição e "se aplica a armas 'primariamente projetadas' para provocar incêndios e queimaduras, o que exclui munições multiuso, inclusive as que contêm fósforo branco".
A organização pediu a Israel que não usasse fósforo branco em áreas residenciais devido ao risco de "ataques indiscriminados", acrescentando que existem "alternativas" às munições de fósforo branco, como o projétil de fumaça M150. "Essas alternativas podem ter o mesmo efeito e reduzir drasticamente os danos aos civis", disse.
A HRW também pediu que o Líbano recorresse ao Tribunal Penal Internacional (TPI) para investigar os "crimes graves" cometidos por Israel em seu território desde outubro do ano passado.