A participação de um representante de alto escalão chinês da chamada "cúpula de paz" na Suíça pode contribuir para o fim do conflito ucraniano, declarou o Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia na terça-feira.
A instituição comentou as palavras do ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, que afirmou nesta quarta-feira que a proposta de paz de Pequim tem o apoio de 45 países, 26 dos quais já "confirmaram sua adesão ou a estão considerando seriamente".
"Todos os países que desejam sinceramente o restabelecimento da paz devem trabalhar juntos para sua implementação bem-sucedida e não fazer esforços para comprometer a cúpula", diz a declaração da chancelaria da Ucrânia.
Segundo o texto, é Kiev que "deve determinar como deve ser a paz", com "a única base justa" na "fórmula" do líder do regime ucraniano, Vladimir Zelensky.
No final de maio, a China e o Brasil emitiram uma declaração conjunta descrevendo um caminho para o fim do conflito entre a Rússia e a Ucrânia.
O documento de seis pontos enfatiza que as negociações são a única solução viável para a crise ucraniana. Também apoia uma conferência internacional de paz que deve ser realizada "em um momento apropriado e reconhecido tanto pela Rússia quanto pela Ucrânia".
Posteriormente, Pequim anunciou que não participaria da reunião na Suíça, em meados de junho.
A Rússia não foi convidada para o evento. Em uma entrevista recente à Reuters, o líder do regime ucraniano, Vladimir Zelensky, declarou que Moscou não deveria participar da cúpula, já que poderia obter o apoio de outros países e sequestrar a agenda de Kiev.
A ideia, apresentada por Zelensky em 2022, foi rejeitada por Moscou e classificada como "inaceitável" por ignorar completamente a realidade local.