Ao comentar sobre a necessidade do diálogo na resolução do conflito ucraniano, o presidente do Brasil, Lula da Silva, declarou que o seu país defende uma conferência internacional "reconhecida tanto pela Ucrânia como pela Rússia". As declarações foram realizadas nesta segunda-feira, em uma conferência de imprensa conjunta com o presidente da Croácia, Zoran Milanović.
"Uma desescalada seria um passo necessário para que as partes possam retomar o diálogo direto", disse. "Apoiamos a realização de uma conferência internacional que seja reconhecida tanto pela Ucrânia quanto pela Rússia", acrescentou.
O pronunciamento ocorre às vésperas da chamada ''Cúpula de Paz'' prevista para acontecer na Suíça nos dias 15 e 16 de junho, com a participação de dezenas de países. A Rússia não foi convidada para participar do evento, que também não deve contar com a participação da China.
"A China sempre defende que a conferência internacional de paz deve atender aos três elementos importantes de reconhecimento tanto da Rússia quanto da Ucrânia, participação igualitária de todas as partes e discussão justa de todos os planos de paz. Caso contrário, a conferência de paz dificilmente poderá desempenhar um papel substancial na restauração da paz", declarou Mao Niang, porta-voz da chancelaria da China, em uma coletiva de imprensa realizada na sexta-feira.
No domingo, Vladimir Zelensky reagiu ao posicionamento chinês, qualificando a China como "uma ferramenta nas mãos de Putin" e argumentando que a nação, hoje, está "trabalhando duro para impedir que os países participem da cúpula de paz".
Plano sino-brasileiro
Anteriormente, durante a visita de Celso Amorim, assessor especial do presidente Lula da Silva, à China, Brasília e Pequim anunciaram um plano conjunto para a paz. Ele prevê a realização de uma conferência internacional de paz, que deve ser realizada "em um momento apropriado e ser reconhecida tanto pela Rússia quanto pela Ucrânia" e ter "participação igualitária de todas as partes".
A declaração conjunta também pede que todos os países envolvidos sigam os três princípios indicados para diminuir a escalada da situação: não expandir a área de hostilidades, não intensificar os combates e evitar provocações. Enfatiza-se ainda a necessidade de aumentar a ajuda humanitária às regiões afetadas para evitar uma crise humanitária de maior escala.