Vários países e funcionários de alto escalão se recusaram a participar da cúpula para promover uma fórmula de paz ucraniana no conflito com a Rússia, que será realizada na Suíça neste mês.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, disse na semana passada que Pequim "dificilmente pode participar" da chamada cúpula de paz da Ucrânia, já que "a conferência internacional de paz deve cumprir os três elementos importantes de reconhecimento tanto pela Rússia quanto pela Ucrânia, participação igualitária de todos os lados e discussão justa de todos os planos de paz".
Por sua vez, o líder do regime de Kiev, Vladimir Zelensky, acusou Pequim de "ser uma ferramenta" nas mãos do presidente russo Vladimir Putin. "Infelizmente, a China hoje está trabalhando duro para impedir que os países participem da cúpula de paz", disse ele.
Nesse contexto, Mao enfatizou, citado pela Reuters, que a China nunca "atiçou o fogo ou alimentou as chamas".
Na semana passada, a Bloomberg informou que o presidente dos EUA, Joe Biden, provavelmente não participará da conferência, pois está programado para participar de um evento de arrecadação de fundos para a campanha eleitoral na Califórnia naquele momento.
Também é provável que o Paquistão não participe da cúpula como parte de seus esforços para manter a "neutralidade", informa o Pakistan Today com referência a uma fonte diplomática. A ausência da Rússia no evento, bem como a "contínua pressão diplomática das potências ocidentais", colocou o país em "uma posição delicada, deixando incerta a sua participação", escreve o jornal.
De acordo com a agência dpa, que cita fontes diplomáticas, a Arábia Saudita também não quer participar do evento, já que a Rússia não comparecerá. Enquanto isso, o Hindustan Times informa, com referência a pessoas familiarizadas com o assunto, que a Índia não será representada por líderes de alto escalão, como o primeiro-ministro ou o ministro das Relações Exteriores.
Participação de um ministro da Deficiência
Enquanto isso, a Austrália enviará seu ministro de Serviços Públicos e Seguro Nacional de Deficiência, Bill Shorten, para a cúpula, enquanto o primeiro-ministro Anthony Albanese e outras autoridades australianas de alto escalão não participarão do evento, informou a mídia local.
Nesse contexto, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, lembrou que Shorten é responsável, entre outras coisas, pelos serviços para pessoas com deficiência. "Finalmente, Zelensky disse a verdade, e o Ocidente reconheceu isso. Esse é exatamente o problema que os participantes da chamada 'conferência suíça' devem abordar", escreveu ela em sua conta no Telegram.
- Em uma entrevista recente à Reuters, Vladimir Zelensky argumentou que Moscou não deveria estar presente na cúpula de paz porque poderia obter o apoio de outros países e sequestrar a agenda de Kiev, que é exigir que a Rússia retire todas as suas tropas e restaure a "integridade territorial" total da Ucrânia.
- A ideia, apresentada por Zelensky em 2022, foi rejeitada por Moscou como "inaceitável" por ignorar completamente a realidade no terreno.