O Escritório das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) pediu nesta sexta-feira ao Equador que as restrições às liberdades decretadas no país para lidar com a crise de violência, desencadeada nas últimas semanas, respeitem "os princípios da legalidade, necessidade, proporcionalidade e não discriminação".
"O Alto Comissariado pede hoje que todas as medidas emergenciais para lidar com a violência sejam proporcionais e limitadas às exigências da situação de segurança. Todas as restrições devem respeitar os princípios de legalidade, necessidade, proporcionalidade e não discriminação", disse Liz Throssell, porta-voz do Alto Comissariado para os Direitos Humanos.
Throssell destacou ainda que os poderes concedidos às Forças Armadas para tarefas de segurança pública devem ser "excepcionais, limitados no tempo e subordinados às autoridades civis".
Anteriormente a ONU Equador também enviou uma mensagem "de profunda solidariedade com o povo equatoriano" e "condenou veementemente os graves atos de violência criminosa", depois de pedir "que a situação seja resolvida no âmbito do Estado de Direito, em plena observância e respeito aos direitos humanos".
Nos últimos dias, pelo menos 12 pessoas foram mortas em diferentes incidentes violentos, incluindo dois policiais. Além disso, mais de 150 agentes penitenciários e 20 funcionários administrativos foram tomados como reféns por prisioneiros em sete prisões.
Após a eclosão da onda de violência, o Governo dopresidente Daniel Noboa aprovou um estado de emergência de 60 dias, com toque de recolher noturno, e enviou o exército para lidar com o que o mandatário chamou de "conflito armado interno".