O presidente do Chile, Gabriel Boric, anunciou o apoio de seu país à ação movida pela África do Sul contra Israel na Corte Internacional de Justiça (CIJ), acusando Tel Aviv de violar suas obrigações sob a Convenção de Genocídio com suas ações na Faixa de Gaza.
"Nunca deixaremos de nos indignar com as ações indiscriminadas e totalmente desproporcionais contra civis inocentes, especialmente mulheres e crianças, que estão sendo realizadas pelo Exército israelense", disse o mandatário chileno, classificando a situação em Gaza como uma "situação humana catastrófica".
"Esses atos exigem uma resposta firme e permanente da comunidade internacional, e é por isso que, além do apoio humanitário que demos à Palestina, do chamado de nosso embaixador em Israel para consultas, e do fato de que, juntamente com o México, apresentamos um encaminhamento da situação na Palestina ao Tribunal Penal Internacional (TPI), decidi que o Chile será parte e apoiará o caso apresentado pela África do Sul contra Israel perante a Corte Internacional de Justiça em Haia, no âmbito da convenção da ONU sobre genocídio", acrescentou.
Nesse sentido, Boric informou que já havia instruído o Ministério das Relações Exteriores a preparar os documentos. "Quero deixar bem claro aqui que não há espaço para impasses e que não aceito escolher entre barbaridades", declarou.
- Em 29 de dezembro de 2023, a África do Sul apresentou uma solicitação para iniciar um processo contra Israel na CIJ em Haia em relação aos seus atos "genocidas" na Faixa de Gaza.
- Posteriormente, em 12 de fevereiro, a África do Sul apresentou um "pedido urgente" à Corte sobre a decisão de Israel de realizar uma ofensiva em Rafah, uma cidade no sul da Faixa de Gaza.
- Em 24 de maio, os juízes da CIJ ordenaram que Tel Aviv interrompesse sua ofensiva militar contra Rafah.