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China avisa que retaliará contra planos de aumento de tarifas da UE

Pequim adverte que suas medidas podem afetar os setores de agricultura e aviação do bloco, de acordo com as fontes do Politico.
China avisa que retaliará contra planos de aumento de tarifas da UELegion-media.ru / Sven Simon

O Ministério do Comércio da China advertiu que irá retaliar se a União Europeia (UE) levar adiante seus planos de impor tarifas sobre veículos elétricos fabricados no gigante asiático. As informações são do Politico, citando uma fonte com conhecimento da carta enviada ao chefe de comércio do bloco, Valdis Dombrovskis.

A missiva de cinco páginas, de acordo com a fonte, deixa claro que Pequim está descontente com o ritmo crescente das investigações comerciais iniciadas pela Comissão Europeia nos últimos meses e pede uma saída negociada e novas ideias para evitar uma escalada maior diante de uma guerra comercial iminente.

Segundo o relatório, espera-se que Bruxelas introduza tarifas sobre os veículos elétricos chineses nos próximos dias. Embora não esteja claro qual será o nível das tarifas, os especialistas citados na publicação acreditam que elas teriam que aumentar de 10% para 50%, para nivelar a vantagem de custo desfrutada pelos fabricantes chineses, liderados pela gigante BYD.

Os veículos elétricos asiáticos são vendidos na UE a preços consideravelmente mais baixos do que seus equivalentes europeus, uma lacuna que Bruxelas atribui à assistência financeira de Pequim às empresas nacionais. O valor das importações desses carros para o bloco aumentou de apenas 1,6 bilhão de dólares em 2020 para 11,5 bilhões de dólares em 2023, representando 37% de todas as importações de veículos elétricos para o espaço da UE, segundo dados da empresa de pesquisa Rhodium Group.

Em resposta, as autoridades chinesas alertaram que, se não reverterem suas políticas tarifárias, serão forçadas a retaliar. Isso "começaria" com a aviação e a agricultura, disse uma pessoa familiarizada com o assunto.

"Golpe considerável" na economia da Europa

O Politico observa que a possível retaliação poderia causar "um golpe considerável" no setor agrícola "sensível" da Europa, já que a China é o terceiro maior destino das exportações agroalimentares do bloco.

Quanto ao setor de aviação, o portal sugere que as medidas teriam como alvo a Airbus, o maior fornecedor do mercado chinês. Anteriormente, Pequim já havia ameaçado atingir o fabricante europeu de aeronaves, alertando que seus produtos não seriam comprados se as companhias aéreas chinesas se tornassem obrigadas a cumprir as regras de comércio de carbono da UE.

Em resposta à investigação sobre os subsídios aos veículos elétricos chineses, o gigante asiático lançou em janeiro uma investigação 'antidumping' contra os produtores europeus de bebidas alcoólicas, afetando especificamente a França.