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CNN: Há uma impressão digital dos EUA no bombardeio de Israel a Rafah

Uma análise de vídeo do ataque e vários especialistas indicam que os militares israelenses usaram munições fabricadas nos EUA, informa a mídia.
CNN: Há uma impressão digital dos EUA no bombardeio de Israel a RafahGettyimages.ru / Abed Rahim Khatib

Munições fabricadas nos EUA foram usadas durante o bombardeio militar israelense contra um campo de refugiados perto de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, que matou dezenas de pessoas inocentes, informou recentemente a CNN, com base em imagens de vídeo do local e na análise de vários especialistas.

De acordo com o artigo, quatro especialistas no campo de armas explosivas analisaram um vídeo do local do bombardeio e argumentaram que "a cauda de uma bomba de pequeno diâmetro (SDB, por sua sigla em inglês) GBU-39 fabricada nos EUA é visível".

As munições em questão são fabricadas pela Boeing. São projéteis de alta precisão projetados para atingir alvos "estrategicamente importantes", declarou o especialista Chris Cobb-Smith, ex-oficial de artilharia do Exército britânico. Ele observou que essas munições geralmente causam poucos danos colaterais, mas, apesar disso, seu uso "sempre trará riscos em uma área densamente povoada".

Comentando a informação em questão, a vice-secretária de Imprensa do Departamento de Defesa dos EUA, Sabrina Singh, disse na terça-feira que não sabe "que tipo de munição foi usada naquele ataque aéreo". "Eu teria que encaminhá-lo para os israelenses para falar sobre isso", disse ela.

Nesse contexto, a CNN lembrou que, no início deste mês, o presidente dos EUA, Joe Biden, declarou que Washington interromperá o envio de certas armas para Israel se o país judeu lançar uma grande invasão em Rafah.

Cabe-se lembrar que, após o ataque ao campo de Rafah no último domingo, houve incêndios no campo de Tel Al-Sultan e imagens de corpos queimados circularam na internet. Enfrentando uma enxurrada de críticas de muitos países e da ONU, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse na segunda-feira que o ataque mortal não tinha a intenção de causar vítimas civis. Por sua vez, as Forças de Defesa de Israel argumentaram que o incêndio criminoso que se seguiu ao ataque aéreo não poderia ter sido causado apenas por suas munições, levando a crer que foi o resultado de uma explosão secundária.