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Biden afirma que os EUA "salvaram o mundo" na Segunda Guerra Mundial e Moscou responde

"O excepcionalismo norte-americano hoje é uma traição de seu próprio passado antifascista", afirmou o Ministério das Relações Exteriores da Rússia.
Biden afirma que os EUA "salvaram o mundo" na Segunda Guerra Mundial e Moscou respondeAP / Susan Walsh

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia comentou na terça-feira a afirmação do presidente norte-americano, Joe Biden, de que o Exército de seu país "salvou o mundo" durante a Segunda Guerra Mundial.

Durante um discurso no cemitério militar de Arlington por ocasião do Dia da Memória, Biden disse que os soldados norte-americanos "libertaram um continente e literalmente salvaram o mundo" no conflito global.

Nesse contexto, a Chancelaria russa observou que uma geração de presidentes dos EUA que participaram pessoalmente da Segunda Guerra Mundial já passou, e os atuais líderes do país norte-americano "sofrem, um a um, da síndrome do revisionismo histórico". "O tempo é realmente implacável com a instituição dos presidentes nortre-americanos", concluiu o Ministério das Relações Exteriores.

"O excepcionalismo norte-americano hoje é uma traição de seu próprio passado antifascista", afirmou a Chancelaria, acrescentando que a Rússia está demonstrando sua disposição de preservar a memória da vitória dos aliados em 1945 sem os EUA.

"Não há nenhum país que tenha suportado mais do que nós"

Por sua vez, o embaixador russo nos Estados Unidos, Anatoli Antonov, declarou que a Rússia não permitirá que a história seja deturpada e lutará contra isso. Segundo o diplomata russo, as autoridades norte-americanas continuam suas tentativas de "cinicamente menosprezar e negar o papel decisivo da União Soviética no esmagamento do fascismo". "Não há nenhum país no mundo que tenha sofrido mais do que nós na luta contra a Alemanha de Hitler e seus satélites", destacou.

O embaixador acredita que a retórica dos políticos norte-americanos atende às necessidades do momento. "Tais comentários fazem parte de uma guerra psicológica contra a Rússia. Nós lutaremos contra isso e não permitiremos que a história seja distorcida", alertou.

Antonov também garantiu que Moscou não permitirá que se esqueça que mais de 27 milhões de cidadãos soviéticos morreram durante o conflito.

"Estão tentando reescrever a história"

Por sua vez, o ex-presidente e atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, Dmitry Medvedev, disse que, em sua opinião, Washington está deliberadamente tentando distorcer os fatos da história. Segundo as suas palavras, a declaração de Biden "não é demência senil, mas uma linha consciente para corrigir a história".

"Esta é uma luta contra nosso país", sublinhou Medvedev, lembrando que milhões de cidadãos russos "morreram nas mãos dos nazistas e não temos o direito de trair sua memória". "Especialmente porque estão tentando apagar essa memória e reescrever a história", concluiu.