Decisão histórica: Colômbia aprova proibição de touradas

Presidente colombiano, Gustavo Petro, parabenizou "aqueles que finalmente conseguiram fazer com que a morte não fosse um espetáculo".

A Câmara dos Representantes da Colômbia aprovou nesta terça-feira um projeto de lei para proibir as touradas em todo o país.

A decisão do órgão legislativo em seu último debate sobre a iniciativa foi comemorada pelo presidente colombiano Gustavo Petro, que parabenizou "aqueles que finalmente conseguiram que a morte não seja um espetáculo". 

O mandatário fez a declaração em sua conta no X assim que foi anunciada a aprovação do projeto de lei, que proíbe não só as touradas, mas também as novilhadas, as sortes e outras atividades relacionadas à tauromaquia.

A votação no plenário do Parlamento resultou em 93 votos a favor e apenas dois contra. Agora a lei será submetida à conciliação porque os textos aprovados no Senado e na Câmara são diferentes. Se esse procedimento for concluído, o projeto de lei estará nas mãos do poder executivo para aprovação final.

"Aqueles que se divertem com a morte de animais acabarão se divertindo com a morte de seres humanos, assim como aqueles que queimam livros acabarão queimando seres humanos", disse Petro.

Animal senciente

Por sua vez, a legisladora María Fernanda Carrascal Rojas (Partido Colômbia Humana), coautora do projeto de lei, lembrou que a Corte Constitucional considera que as touradas só podem ser realizadas em municípios onde elas são uma tradição ininterrupta e somente na época do festival", algo que ocorre esporadicamente e "não é decisivo para a economia dessas regiões ou para o país".

Além disso, destacou que não há medição oficial da renda gerada nesses municípios e que "como todos os seres vivos, o touro é um animal sensível".

O documento apresentado em 2023 também contempla a transformação das praças de touros em espaços culturais e o emprego de pessoas que subsistem da cultura tauromáquica. Para esse processo, estabelece um prazo de três anos.

O projeto causou polêmica entre o setor de trabalhadores ligados à atividade e grupos de defesa dos animais, que exigiram sua aprovação.

Depois que a lei for aprovada, o Governo colombiano terá de decidir sobre o futuro dos estabelecimentos, que terão de ser readaptados, dos animais e das famílias cujas rendas serão afetadas pela proibição das atividades culturais.