O presidente da Rússia, Vladimir Putin, comentou nesta terça-feira sobre as discussões para permitir que as Forças Armadas da Ucrânia ataquem o território russo. O mandatário advertiu que os membros da OTAN deveriam "estar cientes com o que estão brincando".
O mandatário russo lembrou que havia conversado com o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, quando ele ocupava o cargo de primeiro-ministro da Noruega. "Se está falando sobre a possibilidade de atacar o território russo com armas de alta precisão e de longo alcance, ele, como pessoa que lidera uma organização político-militar, mesmo que seja um civil como eu, deve saber que as armas de alta precisão e de longo alcance não podem ser usadas sem os meios de reconhecimento espacial", declarou Putin.
Além disso, o presidente russo enfatizou que especialistas altamente qualificados fazem a seleção final dos alvos e concluem a chamada tarefa de voo com base nessa inteligência.
Nesse contexto, explicou que, em relação aos sistemas de ataque Storm Shadow, essa tarefa de voo é concluída automaticamente, "sem a presença de militares ucranianos", por aqueles que produzem e fornecem esse tipo de armamento. No caso dos sistemas ATACMS, a tarefa de voo é automaticamente preparada e concluída pelos militares. "Mas essa tarefa não está sendo preparada por militares ucranianos, mas por representantes dos países da OTAN", declarou Putin.
"Portanto, os representantes dos países da OTAN, especialmente na Europa, especialmente nos países pequenos, devem estar cientes com o que estão brincando. Eles devem levar em conta que, em geral, são Estados com um território pequeno e uma população muito densa. Eles devem levar esse fator em conta antes de falar em atacar profundamente o território russo. Essas são coisas sérias, e estamos observando isso de perto", disse o chefe de Estado russo.
"Será que eles queriam um conflito global?"
Durante a mesma coletiva de imprensa, realizada no final da visita de Putin ao Uzbequistão, o presidente russo advertiu os países da OTAN que uma escalada permanente do conflito ucraniano levaria a sérias consequências.
"Será que [os países ocidentais] queriam um conflito global?", questionou Putin, acrescentando que os membros do bloco militar queriam negociar no campo de armas estratégicas, mas a Rússia "não vê nenhum desejo de fazê-lo".