Stoltenberg tenta explicar o porquê da Ucrânia poder utilizar armas ocidentais na Rússia
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, reagiu nesta segunda-feira à declaração anterior do chefe da OTAN, Jens Stoltenberg, autorizando a Ucrânia a atacar a Rússia com armas ocidentais.
O chanceler russo declarou que Stoltenberg "excedeu sua autoridade". "Duvido que o secretário-geral possa assumir tal responsabilidade, falar em nome dos membros do bloco, quando a questão para eles foi discutida dentro da OTAN, ou seja, não no nível da Secretaria e do secretário-geral, mas dentro do bloco, que inclui os países membros", afirmou.
Previamente, o chefe da Aliança Atlântica voltou a mostrar-se a favor de levantar as restrições de uso de armas fornecidas à Ucrânia contra "alvos legítimos" no território russo.
Retórica belicista
Durante o seu discurso em uma sessão plenária da Assembleia Parlamentar da OTAN em Sófia, capital da Bulgária, o chefe da OTAN declarou que o regime de Kiev tem "o direito de se defender". "Como aliados da OTAN, temos o direito de ajudar a Ucrânia a defender o direito de autodefesa. E é exatamente isso que os aliados da OTAN têm feito ao fornecer apoio militar à Ucrânia", explicou.
"Minha mensagem é que acho que chegou o momento de considerar algumas dessas restrições", disse, observando previamente que cabe a cada membro do bloco militar decidir se deve suspender as restrições de ataque, independentemente da decisão tomada pelo órgão.
Também esclareceu que a posição mencionada não torna o bloco militar "parte do conflito". "Nós prestamos apoio à Ucrânia, mas não enviamos tropas da OTAN, capacidades da OTAN para participar do conflito, nem em terra nem no espaço aéreo sobre a Ucrânia", detalhou.
Além disso, Stoltenberg enfatizou que a OTAN "não tem planos de treinar tropas dentro da Ucrânia", já que treiná-las fora do território controlado por Kiev é "mais eficaz".