Brasil se manifesta sobre acordo de paz assinado pelo Governo da Colômbia e o ELN

O ministério das Relações Exteriores do Brasil emitiu, no sábado, um comunicado saudando a assinatura do primeiro ponto dos acordos de paz firmados entre o Governo da Colômbia e o Exército de Libertação Nacional (ELN).

''O Brasil reitera sua confiança no avanço do diálogo e renova sua disposição de seguir respaldando o povo colombiano para a superação da violência e a construção de uma paz sustentável e duradoura'', lê-se no comunicado, que também destaca a "ampla participação da sociedade colombiana" nos acordos.

Acordo de paz

As delegações do Governo da Colômbia e do Exército de Libertação Nacional (ELN) assinaram o primeiro ponto dos acordos de paz, conforme anunciado em dois comunicados publicados no sábado em suas respectivas contas na rede social X.

"Assinatura do primeiro ponto dos acordos de paz: a participação da sociedade na construção da paz", escreveu o Executivo colombiano em referência à cerimônia de encerramento de um ciclo de reuniões que foram realizadas nestes dias em Caracas, Venezuela.

Por sua vez, o comandante Pablo Beltrán, negociador-chefe do ELN, explicou que eles estão dispostos a mudar e detalhou que, durante os 18 meses de duração da chamada Mesa de Diálogo de Paz, um total de 28 acordos foram alcançados, embora não tenha fornecido mais detalhes.

Após alguns minutos, o ELN divulgou a primeira página do documento assinado por ambas as partes, que afirma que a paz "requer todas as vozes, todos os povos, comunidades, pessoas, processos e formas de construção da nação".

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O texto também especifica que ambas as partes estão comprometidas com a segurança e a livre intervenção de todas as pessoas, comunidades e coletividades durante o processo de participação, bem como com o cumprimento do Acordo de Cessar-Fogo Bilateral, Nacional e Temporário.

"Este acordo é um avanço e um passo importante para uma aliança social e política, na direção de um Grande Acordo Nacional, entendido como um caminho e uma rota para remover a violência da política na Colômbia e resolver os múltiplos problemas que o país está enfrentando para avançar em direção à paz", diz o texto.

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No documento, tanto o Governo quanto o Exército de Libertação Nacional manifestam estarem comprometidos a não abandonar a Mesa de Diálogo.

A assinatura desse acordo ocorre em meio a tensões e acusações entre o Governo e as guerrilhas. Há alguns dias, por exemplo, o ELN denunciou que sua "suposta dissidência" em Nariño é obra do Executivo; "uma criação das forças militares", que faz parte de "um plano organizado em plena consciência" pelo Governo de Gustavo Petro.