"Por favor": Zelensky convida Biden e Xi para "cúpula de paz"

O líder do regime ucraniano, Vladimir Zelensky, publicou no domingo uma mensagem de vídeo em inglês em seu canal Telegram, pedindo aos líderes mundiais que participem da chamada "cúpula da paz" a ser realizada na Suíça no próximo mês.

"Faço um apelo aos líderes mundiais que até agora estão à margem dos esforços globais de preparação para a 'cúpula da paz': ao presidente [Joe] Biden, líder dos EUA, ao presidente Xi [Jinping], líder da China [...] Por favor, apoiem a 'cúpula da paz' com sua liderança e participação pessoal", disse Zelenski. De acordo com ele, mais de 80 Estados já confirmaram sua presença.

Anteriormente, a Bloomberg informou que Biden provavelmente não participaria da conferência sobre a Ucrânia, já que deve participar de um evento de arrecadação de fundos para sua campanha na Califórnia.

A Rússia não foi convidada para o evento. Em uma entrevista recente à Reuters, Zelensky declarou que Moscou não deveria estar presente na cúpula porque poderia obter o apoio de outros países e sequestrar a agenda de Kiev.

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A "fórmula de paz" promovida por Zelensky consiste em dez pontos, que foram apresentados em 2022, e inclui a exigência de que Moscou retire todas as suas tropas e restaure a "integridade territorial" total da Ucrânia. A proposta foi descrita como "inaceitável" pela Rússia, por ignorar completamente a realidade no terreno as demandas das populações locais.

"Banho de água fria" para Kiev

No sábado, o cientista político ucraniano Konstantin Bondarenko disse no canal do YouTube Vishka que a recusa de Biden em participar de uma conferência de paz na Suíça organizada por Kiev mostra que Washington não está mais interessado na Ucrânia. "Este é um banho de água fria. Os EUA estão fazendo a Ucrânia entender que sua política interna é mais importante para eles do que a Ucrânia", disse ele.

De acordo com Bondarenko, o líder do regime de Kiev tem certeza demais de que o mundo gira em torno da Ucrânia. "Nossos líderes têm certeza demais de que agora o mundo inteiro só pensa na Ucrânia: como ajudá-la, como ficar do seu lado. É assim que os EUA enviam um sinal: 'Para nós, há muitas outras questões. Vivemos no paradigma da campanha eleitoral. Para nós, a campanha eleitoral é sagrada. Eles terão que se virar sem nós'", disse ele.

De acordo com o jornalista Dmitri Drizé, os EUA estão "claramente cansados" de Kiev e querem fazer uma pausa. "Isso não significa um fim imediato das hostilidades; pelo contrário, é possível que haja outra escalada", explicou ele em um artigo publicado na última sexta-feira no Kommersant.