
Putin conversa novamente com Trump

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, conversou por telefone nesta segunda-feira (29) com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Entre os temas tratados, estiveram os resultados da reunião ocorrida no domingo, na Flórida, entre Trump e o líder do regime ucraniano, Vladimir Zelensky.
"O presidente Trump concluiu uma conversa positiva com o presidente Putin sobre a Ucrânia", escreveu a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, em publicação na rede X.
Em coletiva após a reunião de duas horas com Zelensky, dedicada ao conflito na Ucrânia, Trump classificou as conversas como "estupendas", mas reconheceu que ainda há pontos pendentes. Segundo ele, a questão do Donbass ainda não foi resolvida, embora haja avanços. "É um grande tema, sem dúvida", afirmou, ressaltando tratar-se de um assunto "complicado".

Trump disse aindacompreender a posição do presidente russo, contrária a um cessar-fogo temporário, e favorável à busca de uma solução duradoura para o conflito. "Ele acredita que, veja bem, eles estão lutando e é preciso parar e depois, se tiverem que reiniciá-lo, o que é uma possibilidade, [Putin] não quer estar nessa posição. Compreendo essa posição", declarou.
"A Rússia quer que a Ucrânia tenha sucesso" e Putin não descarta "ajudar" o povo ucraniano após o fim do conflito, afirmou o presidente norte-americano.
"Parece um pouco estranho, mas [...] o presidente Putin foi muito generoso com a Ucrânia, incluindo o fornecimento de energia, eletricidade e outros produtos a preços muito baixos", disse.
Causas profundas do conflito
O presidente russo tem afirmado reiteradamente que é necessário garantir a segurança da Rússia no longo prazo. Segundo Moscou, essa questão é um das causas estruturais do conflito, como a expansão da OTAN, vista como uma ameaça, e à situação da população russófona na Ucrânia, cuja proteção o Kremlin diz considerar prioritária.
A proposta russa prevê a retirada completa das tropas ucranianas das repúblicas populares de Donetsk e Lugansk e das províncias de Zaporozhie e Kherson, que se uniram à Rússia após referendos populares em 2022, além do reconhecimento desses territórios, assim como da Crimeia e de Sevastopol, como parte integrante da Federação Russa.
O plano inclui ainda a neutralidade da Ucrânia, o não alinhamento e a desnuclearização, desmilitarização e desnazificação do país.
Para Moscou, além de uma solução política, é necessário firmar acordos formalizados em documentos com reconhecimento internacional.
Nesse ponto, a Rússia questiona a legitimidade das autoridades do regime de Kiev. O mandato de Vladimir Zelensky expirou em maio de 2024, e, de acordo com essa avaliação, os integrantes do Executivo nomeados por ele também carecem de legitimidade.
