Chefe da OTAN defende que a Ucrânia utilize armas ocidentais contra o território russo

"A Ucrânia tem o direito de se defender. E isso inclui atacar alvos em território russo", declarou Jens Stoltenberg.

O secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, pediu aos países da OTAN que suspendam as restrições ao uso de armas fornecidas à Ucrânia contra alvos militares russos no território internacionalmente reconhecido do país eurasiano.

"Chegou a hora de os aliados considerarem se devem suspender algumas das restrições que impuseram ao uso das armas que doaram à Ucrânia", disse o chefe da OTAN em uma entrevista à revista The Economist publicada na sexta-feira. Ele enfatizou que essa medida é especialmente necessária em meio aos recentes avanços militares russos na linha de frente. "A Ucrânia tem o direito de se defender. E isso inclui atacar alvos em território russo", acrescentou.

Stoltenberg admitiu que essa medida poderia levar a uma escalada do conflito. Ainda assim, ele acredita que o fornecimento de armas e o treinamento para os militares ucranianos não têm nada a ver com o envolvimento militar direto do bloco no conflito.

"Fornecemos treinamento, armas e munição para a Ucrânia, mas não participaremos diretamente do território da OTAN em operações de combate na Ucrânia ou dentro dela. Portanto, isso é outra coisa", observou ele.

Não seremos parte do conflito".

Ele também garantiu que a Aliança Atlântica não tem intenção de enviar suas tropas para o território ucraniano, distanciando-se da ideia apresentada pelo presidente francês Emmanuel Macron. Ele também rejeitou a sugestão de que os membros da OTAN na Europa Oriental deveriam ter permissão para usar seus sistemas antiaéreos para abater mísseis e drones russos direcionados à Ucrânia. " Não seremos parte do conflito", reiterou.

Na quarta-feira, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse que a Ucrânia terá que tomar suas próprias decisões em relação aos ataques ao território russo. Anteriormente, o funcionário sênior declarou que Washington se opõe a tais ataques.

Anteriormente, o secretário do Conselho de Defesa e Segurança Nacional da Ucrânia, Alexander Litvinenko, disse que os EUA deveriam suspender a proibição "absolutamente injusta" que impede o exército ucraniano de usar as armas fornecidas para atacar alvos dentro da Rússia.