
Lavrov afirma que Europa e União Europeia são 'o principal obstáculo para a paz' na Ucrânia


O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, afirmou neste domingo (28) que a Europa e a União Europeia (UE) se tornaram "o principal obstáculo para a paz", ao manterem apoio financeiro e militar à Ucrânia mesmo diante de denúncias de corrupção.
Segundo Lavrov, após a mudança de administração nos Estados Unidos, líderes europeus passaram a "não ocultar seus planos de se preparar para uma guerra com a Rússia", citando o envio contínuo de recursos e armas a Kiev.
Corrupção na Ucrânia
Lavrov declarou que governos europeus conhecem os escândalos de corrupção na Ucrânia, mas continuam a apoiar o regime de Kiev como uma "máquina de guerra" contra a Rússia.
Ele lembrou tentativas anteriores de conceder novos empréstimos à Ucrânia com base em ativos russos congelados, que não avançaram por falta de consenso, levando países europeus a destinar recursos de seus próprios orçamentos.
Em novembro, vieram a público investigações do Escritório Nacional Anticorrupção da Ucrânia (NABU), incluindo áudios que apontam corrupção e lavagem de dinheiro nos setores de defesa e energia durante o conflito, com exigência de subornos elevados.
As denúncias envolveram integrantes do círculo próximo do líder do regime ucraniano, Vladimir Zelensky, como o então chefe de gabinete, Andrey Yermak, que deixou o cargo. Símbolos do escândalo, como a descoberta de um "banheiro de ouro" no apartamento do empresário Timur Mindich, aliado de Zelensky, ganharam repercussão.
Apesar disso, líderes europeus reiteraram a continuidade do apoio a Kiev, segundo Lavrov, minimizando o impacto das denúncias.
'Partido da guerra'
Lavrov afirmou ainda que o chamado "partido da guerra", em referência à União Europeia, segue empenhado em impor uma "derrota estratégica" à Rússia.
"As ambições os cegam: não têm piedade nem dos ucranianos nem de sua própria população", declarou.
O chanceler citou discussões sobre o envio de militares europeus à zona de conflito e afirmou que, nesse cenário, eles se tornariam "alvos legítimos" para as forças russas.
"Não há que temer que a Rússia ataque alguém. Mas, se alguém atacar a Rússia, a resposta será devastadora", disse.
Moscou nega planos de ataque
O governo russo reiterou, por repetidas vezes, que não pretende atacar países europeus. Em 27 de novembro, o presidente Vladimir Putin afirmou que a ideia de uma ameaça russa é uma "mentira" disseminada em alguns países da Europa. "Isso é uma bobagem, uma loucura sobre a suposta ameaça russa", declarou.
Putin também declarou que a Rússia está disposta a reafirmar formalmente que não tem intenção de atacar a Europa. "Nunca foi nossa intenção, mas, se quiserem ouvir isso de nós, estamos dispostos a colocar no papel", disse.
Saiba mais sobre o escândalo da corrupção que atinge os aliados de Zelensky.


