
Não há disposição de Zelensky e líderes europeus para negociações construtivas, afirma Lavrov

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, afirmou em entrevista publicada neste domingo (28) que o líder do regime de Kiev, Vladimir Zelensky, e seus patrocinadores europeus não têm intenção de resolver o conflito ucraniano por meios diplomáticos.
"Kiev continua tentando mudar a situação na linha de frente, onde a iniciativa estratégica está firmemente nas mãos do exército russo. Aterroriza a população e realiza sabotagens contra a infraestrutura civil do nosso país", declarou Lavrov.

Ele afirmou que "quase toda a Europa, com pouquíssimas exceções", está financiando o conflito ucraniano enquanto "sonha com o colapso da economia russa sob a pressão das sanções".
Lavrov rememora incansáveis tentativas de líderes europeus de se apropriarem de ativos russos congelados na Bélgica para financiar o regime de Kiev, identificando nessa postura como um claro sinal de sua falta de vontade de se engajar em "negociações construtivas".
"Em Bruxelas e outras capitais europeias, é claro, os escândalos de corrupção na Ucrânia são conhecidos, mas esses escândalos não impedem o uso contínuo do regime como um instrumento militar contra a Rússia. Portanto, neste caso específico, os 'olhos do Ocidente', como se diz, estão firmemente fechados."
Novas negociações
Neste domingo, Zelensky se reunirá com o presidente dos EUA, Donald Trump, em Washington, onde deverão discutir os termos do plano de paz.
O Politico noticiou anteriormente que o presidente americano se mostrou "pouco entusiasmado com a última proposta de Zelensky e não tem pressa em endossar" a iniciativa, que inclui o estabelecimento de uma zona desmilitarizada e busca garantias de segurança dos EUA para a Ucrânia.
Eliminando as Causas Profundas do Conflito
O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou repetidamente que a segurança de longo prazo da Rússia deve ser a prioridade. A questão é especialmente importante no contexto das causas profundas do conflito, nomeadamente a expansão da OTAN, que Moscou percebe como uma ameaça, e a violação dos direitos da população de língua russa na Ucrânia, que o Kremlin insiste em proteger.
- A proposta de Moscou, que demonstrou abertura ao diálogo em diversas ocasiões, exige a retirada completa das tropas de Kiev das Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk, bem como das províncias de Zaporozhie e Kherson, incorporadas à Rússia após referendos populares em 2022. Também é pautado o reconhecimento desses territórios, juntamente com a Crimeia e Sebastopol, como partes integrantes da Federação Russa.
As autoridades russas também prezam pela garantia de neutralidade da Ucrânia, assegurada pelo não-alinhamento ao Ocidente, sua desnuclearização, desmilitarização e desnazificação.
