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Maduro diz que verdadeiro alvo da campanha dos EUA contra a Venezuela é a riqueza natural do país

Presidente afirma que Washington o acusa de "tudo", mas que o interesse real não é ele, e sim os recursos venezuelanos.
Maduro diz que verdadeiro alvo da campanha dos EUA contra a Venezuela é a riqueza natural do paísAlfredo Lasry R / Gettyimages.ru

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, declarou que a riqueza natural do país é o verdadeiro objetivo da ofensiva dos Estados Unidos contra Caracas.

"Acusaram Maduro de tudo. Mas não é o Maduro que eles querem. É o petróleo. Não é o Maduro, é o ouro, são as terras raras. Não é o Maduro, é a riqueza natural do país", afirmou o mandatário nesta sexta-feira.

Segundo ele, as autoridades norte-americanas não conseguem sustentar acusações mais graves contra seu governo. "Não podem dizer que Maduro tem armas de destruição em massa, ninguém acreditaria. Não podem dizer que Maduro tem armas biológicas ou químicas. Não podem dizer que Maduro está construindo uma bomba nuclear", destacou. Para o presidente venezuelano, diante disso, Washington "repete quatro ou cinco mentiras o tempo todo".

"É impossível" impor um modelo "colonial e escravista à Venezuela"

Maduro também afirmou que será "impossível" que os Estados Unidos consigam impor à Venezuela um modelo de "dominação colonial e escravista" para se apropriar de suas riquezas naturais.

"Isso é impossível", disse, usando a palavra em inglês. "Aqui existe um povo enraizado no território, nas comunidades, nas universidades, nas fábricas e nos quartéis. E esse povo já demonstrou capacidade suficiente para conduzir nossa pátria pelo caminho certo, no ritmo certo e com bom senso", enfatizou.

Agressões dos EUA

  • Escalada militar: em agosto, os Estados Unidos enviaram navios de guerra, submarino, caças e tropas para a costa da Venezuela, sob o pretexto de "combater o narcotráfico". Desde então, foram realizados vários bombardeios a supostas lanchas com drogas no mar do Caribe e no Oceano Pacífico, matando dezenas de pessoas.
  • Falsos pretextos: Washington acusou o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, sem provas ou fundamentação, de liderar um suposto "cartel de drogas". As mesmas acusações infundadas foram feitas contra o presidente colombiano Gustavo Petro, que condenou os ataques mortais contra embarcações nas águas da região.
  • Infiltrações de inteligência: Donald Trump admitiu ter autorizado a CIA a realizar operações secretas em território venezuelano, em meados de outubro. Maduro indagou: "Alguém acredita que a CIA não opera na Venezuela há 60 anos? (...) [Que] não conspira contra o comandante Chávez e contra mim há 26 anos?", perguntou ele.
  • Postura venezuelana: Maduro denuncia que o verdadeiro objetivo dos EUA é uma "mudança de regime" para se apoderar da imensa riqueza de petróleo e gás da Venezuela.
  • Condenação internacional: O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, condenou os bombardeios realizados pelos EUA contra pequenas embarcações, sob alegações de "combate ao narcotráfico", que resultaram em pelo menos 100 mortos. Os bombardeios também foram condenados pelos governos de países como RússiaColômbiaMéxico e Brasil. Peritos da ONU afirmaram que as ações americanas se tratam de "execuções sumárias", em violação ao direito internacional.