Putin: a Rússia não se recusa a negociar a paz, mas com um Governo legítimo da Ucrânia
A Rússia "nunca se negou" a participar das negociações de paz para dar um fim ao conflito armado na Ucrânia, declarou Vladimir Putin nesta sexta-feira. Essas negociações, no entanto, devem ter como base o "bom senso" no lugar de ultimatos e devem ser realizadas com um Governo ucraniano legítimo.
"Parto do princípio de que as negociações de paz devem ser retomadas, e não com ultimatos, mas com bom senso, e elas devem ser baseadas no bom senso. Mas se chegarmos a isso, obviamente teremos que entender com quem devemos e podemos negociar", declarou o presidente russo em uma coletiva de imprensa ao lado de seu homólogo de Belarus, Alexander Lukashenko.
"Com quem negociar?", indagou Putin. ''É claro que percebemos que a legitimidade do atual chefe de Estado acabou", acrescentou, em referência a Vladimir Zelensky, cujo mandato expirou em 20 de maio.
Nesse contexto, a cúpula de paz sobre a Ucrânia, a ser organizada no próximo mês na Suíça, é um golpe de relações públicas para legitimar o atual regime em Kiev, argumentou Putin.
"Acredito que um dos objetivos da conferência anunciada na Suíça é justamente que a sociedade ocidental, patrocinadora do atual regime de Kiev, confirme a legitimidade do atual - ou não mais atual - chefe de Estado, mas essas medidas de relações públicas são irrelevantes para os documentos legais", disse.
Quanto a quem pode ser considerado as autoridades legítimas no país atualmente, o presidente russo indicou que "essa pergunta deve ser respondida na própria Ucrânia, em primeiro lugar e principalmente a partir da posição do Parlamento, do Tribunal Constitucional ou de outros órgãos de poder".