
Maduro: 'É impossível para os EUA impor modelo de dominação colonialista e escravista à Venezuela'

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta sexta-feira (26) que será "impossível" para os Estados Unidos impor um modelo de "dominação colonial e escravista" em seu país para se apropriarem de seus recursos naturais.

"É impossível que setores do poder nos EUA possam fabricar uma realidade virtual e impor um modelo de dominação colonial e escravista à Venezuela de [Simón] Bolívar para roubar seus recursos naturais", disse o presidente durante uma sessão de trabalho televisionada.
A este respeito, ele salientou que a impossibilidade decorre do fato de que na nação sul-americana "existe um povo estabelecido no território, nas comunidades, nas universidades, nas fábricas e nos quartéis", que "demonstrou capacidade suficiente para conduzir" o país "no caminho certo, em bom ritmo e com bom senso".
Nesse contexto, o mandatário venezuelano relatou as tentativas implementadas pela Casa Branca ao longo dos últimos anos para remover o chavismo do poder, que incluíram o financiamento da oposição extremista, a criação de um suposto governo paralelo, o apoio político a ações sediciosas da ala radical da oposição e até mesmo tentativas de golpes de Estado, nenhuma das quais resultou em sucesso para os objetivos dos EUA.
Maduro enfatizou: "os modelos fracassados de Leopoldo López, Julio Borges, [Juan] Guaidó e da Sra. [María Corina] Machado jamais tomarão conta deste país", prevendo, ao mesmo tempo, que "a Venezuela seguirá seu curso com seu plano, com sua liderança e com seu povo, alcançando grandes feitos nos anos vindouros".
Portas abertas ao diálogo
Maduro aproveitou a oportunidade para reiterar que sua mensagem "é de paz, amor e compreensão" e que permanece disposto a dialogar com o governo dos EUA "com base no respeito".
"Se alguém nos EUA algum dia decidir, com base no respeito, dialogar e superar projetos fracassados de mais de 25 anos, sempre haverá um presidente aqui que representa seu povo, pronto para estender a mão e buscar caminhos para a paz, a cooperação e a prosperidade. Era preciso dizer, e foi dito", concluiu.
Agressões dos EUA
Escalada militar: em agosto, os Estados Unidos enviaram navios de guerra, submarino, caças e tropas para a costa da Venezuela, sob o pretexto de "combater o narcotráfico". Desde então, foram realizados vários bombardeios a supostas lanchas com drogas no mar do Caribe e no Oceano Pacífico, matando dezenas de pessoas.
Falsos pretextos: Washington acusou o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, sem provas ou fundamentação, de liderar um suposto "cartel de drogas". As mesmas acusações infundadas foram feitas contra o presidente colombiano Gustavo Petro, que condenou os ataques mortais contra embarcações nas águas da região.
Infiltrações de inteligência: Donald Trump admitiu ter autorizado a CIA a realizar operações secretas em território venezuelano, em meados de outubro. Maduro indagou: "Alguém acredita que a CIA não opera na Venezuela há 60 anos? (...) [Que] não conspira contra o comandante Chávez e contra mim há 26 anos?", perguntou ele.
Postura venezuelana: Maduro denuncia que o verdadeiro objetivo dos EUA é uma "mudança de regime" para se apoderar da imensa riqueza de petróleo e gás da Venezuela.
Condenação internacional: O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, condenou os bombardeios realizados pelos EUA contra pequenas embarcações, sob alegações de "combate ao narcotráfico", que resultaram em pelo menos 100 mortos. Os bombardeios também foram condenados pelos governos de países como Rússia, Colômbia, México e Brasil. Peritos da ONU afirmaram que as ações americanas se tratam de "execuções sumárias", em violação ao direito internacional.

